O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, aproveitou a data de 13 de maio, dia da proclamação da Lei Áurea, para prestar homenagem à princesa Isabel e também “revelar a verdade” sobre Zumbi no site da instituição. Ele promete conteúdo sobre os dois nesta quarta-feira (13).
A postura de Camargo é uma clara provocação aos movimentos negros, que criticam a comemoração do 13 de maio por não a considerarem um marco da libertação e preferem comemorá-la em 20 de novembro, data da morte de Zumbi e Dia da Consciência Negra.
De acordo com Douglas Belchior, historiador e membro da Uneafro Brasil, “o 13 de maio como dia da libertação é uma mentira cívica, como dizia Abdias do Nascimento, e conta com o cinismo escravocrata que é a marca da elite brasileira".
"O movimento negro desconstrói essas ideias do dia da libertação e da princesa Isabel como libertadora e redentora. Não ignoramos o 13 de maio. Nós o reivindicamos como um dia para refletirmos sobre a mentira construída, sobre a abolição inacabada. A população negra continua estruturalmente no mesmo lugar em que estava no dia seguinte à abolição", completa.
O deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PSL-SP), descendente da princesa Isabel, apoia a iniciativa de Camargo e diz que é bem-vinda, independentemente de qualquer viés ideológico.
"Recontam a história de maneira fantasiosa e deturpada. Zumbi dos Palmares era escravagista. Não era como explorador, grande fazendeiro. Mas que ele tinha escravos, tinha. E que tinha vida conturbada no seu contexto tribal, tinha", diz.
Com informações da coluna de Mônica Bergamo