Com a propriedade de quem é vítima de ameaças há pelo menos dez anos, a professora universitária e ativista Lola Aronovich alerta: as intimidações contra vereadoras e prefeitas negras e trans pelo Brasil representam perigo real a elas.
A declaração foi dada em entrevista a Chico Alves, colunista do UOL. Além do alerta, Lola diz ainda que os casos deveriam ter investigação unificada, pois normalmente os autores até frequentam os mesmos grupos virtuais.
Ela baseia sua afirmação no teor das mensagens, em sua visão uma espécie de “copia e cola”, só alterando o teor da ofensa. Se é contra um negro, falas racistas. Se é LGBTQAP+, homofóbicas. Para mulheres, ofensas misóginas.
“Comparando as ameaças à Ana Lúcia Martins [primeira vereadora negra eleita em Joinville], com as ameaças à prefeita de Bauru [Suéllen Rosim], contra a Carol Dartora [primeira vereadora negra eleita em Curitiba], contra a Duda Salabert [primeira vereadora trans de Belo Horizonte], contra o Alisson Júlio, que é o primeiro vereador de Joinville com necessidades especiais, são todas muito parecidas”, afirmou.
Por isso, ela considera “um erro tanto da mídia quanto da polícia tratar como casos isolados”. No entender de Lola, é muito mais lógico que as delegacias onde as queixas foram registradas se comuniquem e unifiquem as investigações.
Professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), a ativista mantém o blog “Escreva, Lola, Escreva”. Ali, ela discorre sobre “feminismo, cinema, literatura, política, mídia, bichinhos de estimação, maridão, combate a preconceitos, chocolate e o que mais me der na telha”, como descreve. Em sua bio, fez questão de incluir uma das inúmeras ofensas que recebeu ao longo de quase uma década de ativismo: “ingrata com o patriarcado”.
Leia a entrevista completa aqui.