Vivo é condenada por uso e envolvimento em trabalho escravo

Empresa trouxe pessoas do Maranhão para trabalharem em condição análoga à escravidão na construção de uma torre de telefonia: trabalhadores não receberam salário e trabalharam por um mês sem descanso e em condição de insalubridade

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A Telefônica Brasil, maior empresa de telefonia móvel do país, conhecida popularmente como Vivo, foi condenada recentemente por uso de trabalho análogo à escravidão. A decisão partiu da Justiça do Trabalho do Espírito Santo. De acordo com os procuradores envolvidos no caso, a companhia submeteu onze trabalhadores do Maranhão à exaustivas horas de trabalho sem descanso, ao longo de um mês, na construção de uma torre de telefonia no estado. Os funcionários, que já seriam pobres e foram atraídos pela oferta de trabalho, não receberam salário pelos serviços prestados e dormiam no próprio local de trabalho, sem instalações sanitárias e dormitórios adequados. Segundo Antonio Carlos Soares, procurador que conduziu a investigação, os trabalhadores ficaram  “em situação de miserabilidade, abandonados no local da prestação dos serviços, ante a impossibilidade de retornarem para as suas casas”. Apesar de os trabalhadores terem sido contratados por uma empresa terceirizada, a Justiça capixaba entendeu que a Vivo teria, sim, responsabilidade sobre a obra e suas condições e determinou que todas as companhias envolvidas deveriam ser responsabilizadas. Com a condenação, a Vivo e suas contratadas foram multadas em R$ 200.000 (US$ 53.167) e ainda correm o risco de constarem na Lista Suja do Trabalho Escravo. Em nota, a empresa de telefonia se limitou a informar que "não compactua com trabalho análogo à escravidão". *Com informações da Reuters