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No último dia 10 de julho, um líder e cinco estudantes indígenas foram impedidos pelo Exército de entrar em seu próprio território, a Terra Indígena Alto Rio Negro, em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas.
A responsabilidade pelo fato ainda está sendo passado de mão em mão. Os militares afirmam que seguiram a orientação da Funai (Fundação Nacional do Índio), que por sua vez nega essa versão, afirmando que orientaram o veto apenas a não indígenas.
Entre os indígenas barrados estava Maria Auxiliadora Cordeiro da Silva, mais conhecida como Maria Baré – por conta de sua etnia –, que era uma das convidadas da assembleia da Oibi (Organização Indígena da Bacia do Içana), das etnias baniwa e kuripako.
Segundo a Folha de S. Paulo, além de Maria Baré, havia outros listados a serem barrados pelo Exército, incluindo outros líderes indígenas. Ao lado dos nomes, lia-se “Não estão autorizados a pisar em terras indígenas sem autorização da Funai”, escrito à mão.
Entre os nomes de não indígenas da lista estão colaboradores da Oibi em projetos comunitários, pesquisadores do Museu Paraense Emilio Goeldi e de universidades, assim como de integrantes da ONG Instituto Socioambiental.
“O que me deixa mais indignado é ter os próprios baniwas na lista dos proibidos”, afirma André Baniwa, vice-presidente da Oibi. De acordo com ele, o Exército, porém, autoriza a entrada de empresários ligados à mineração, o que é proibido de ocorrer em terras indígenas.
Segundo o coordenador regional da Funai no Alto Rio Negro, Jackson Duarte, os convidados não indígenas da Oibi foram barrados porque era necessário uma autorização prévia do órgão, conforme a instrução normativa 01/1995, que regula a entrada de pesquisadores em terra indígenas. A Funai recomenda que o pedido seja feito com 90 dias de antecedência.
De acordo com Duarte, Maria Baré também foi impedida de entrar, pois era acompanhada de não indígenas. Mas não houve maiores explicações sobre o porquê o nome de outros indígenas da etnia baniwa também estavam marcados para serem barrados, o que não aconteceu apenas porque a lista com o veto chegou ao posto de controle militar dois dias depois de eles terem passado pelo local.
* Com informações da Folha de S. Paulo