Escrito en
DIREITOS
el
A nova 'lista suja' do trabalho escravo, que antes era divulgada pelo extinto Ministério do Trabalho, foi divulgada nesta quarta-feira (3) pelo Ministério da Economia. Trata-se da primeira lista de empresas que foram flagradas submetendo seus trabalhadores a trabalhos análogos à escravidão divulgada pelo governo de Jair Bolsonaro.
Na lista deste ano foram incluídos 48 novos empregadores, entre eles a grife de luxo Animale.
O flagrante do trabalho escravo foi feito em 2017 pela ONG Repórter Brasil. Na ocasião, foram resgatados trabalhadores bolivianos em três oficinas da Animale e da A.Brand, ambas do Grupo Soma, em São Paulo. Eles cumpriam jornada de mais de 12 horas diárias de trabalho em ambiente insalubre e recebiam, em média, R$5 por peça confeccionada, que eram vendidas por até R$700 nas lojas. Muitos deles moravam nas oficinas com os filhos, que viviam entre as máquinas de costura e os tecidos.
Em nota, a Animale informou que “a empresa não compactua com a utilização de mão de obra irregular em suas cadeias de produção” e que o ocorrido foi “um caso isolado”.
Ao todo, de acordo com a ONG Repórter Brasil, 38 marcas de moda, incluindo a Animale, estão envolvidas com trabalho escravo no país.
Lista suja
As empresas flagradas com trabalho escravo entram para a 'lista suja' do governo depois de serem autuadas e terem apresentado defesa. Ao não cumprir com seus compromissos com a Justiça, as empresas entram para a lista e lá permanecem por dois anos até serem colocadas em uma lista de "observação".
As empresas só saem da "lista suja" após cumprirem todos os seus compromissos com a Justiça, como a adequação dos regimes de trabalho e pagamento de multas.
Confira a íntegra da "lista suja" do trabalho escravo de 2019 aqui.