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O ex-deputado federal, Jean Wyllys, comentou, em seu blog no UOL, na noite desta terça-feira (17), o caso da youtuber bolsonarista lésbica, Karol Eller, que foi agredida em um quiosque na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
Em artigo chamado “Sobre como uma fascista lésbica é vítima da homofobia que sempre negou”, ele lembra que “Karol fez e faz parte do time de LGBTs que se prestaram e se prestam a passar pano ou a negar a homofobia de Bolsonaro e da extrema-direita brasileira, e a atacar o movimento LGBT, negando a existência da homolesbotransfobia no Brasil e acusando as pessoas que denunciam essa violência de ‘vitimistas’”.
Para Jean, “Karol aprendeu da pior maneira que, sim, a homofobia existe e que os homofóbicos estão se sentindo mais livres para perpetrar violências contra LGBTs desde que a extrema-direita se tornou hegemonia política e Bolsonaro venceu as eleições no Brasil”.
O ex-deputado, que estuda o fenômeno das fake news em Harvard, nos EUA, afirma que as redes bolsonaristas, assim que ocorreu a agressão, trataram de “esconder a evidente motivação homofóbica da violência física que ela sofreu. A produção e a circulação imediata dessas fake news visam não só negar, para a base eleitoral de Bolsonaro, a existência da homolesbotransfobia, mas também criminalizar o movimento político que a denuncia e enfrenta”.
Ele lembra ainda que “trata-se da estratégia mais perversa contra as pessoas LGBTs: ao mesmo tempo que negam a homofobia, acusando o movimento LBTQ de "vitimista" ou "gayzista" por denuncia-la, os bolsonaristas a perpetram de diversas maneiras”.
Jean disse ainda que não vai se espantar “se a própria vítima aderir às fake news. Em post, ela disse que está sem condições de falar sobre o assunto, já que seu rosto está desfigurado pela violência. Karol já expressou antes e claramente sua homofobia internalizada ao se identificar com o discurso de um candidato como Bolsonaro”.
Para Jean, “a homofobia também se manifesta no silenciamento e na difamação de suas vítimas e/ou de quem luta contra ela. E, por fim, expressa-se na tentativa de impedir, por meio de mentiras e fake news, a identificação de LGBTs como o movimento político de emancipação e igualdade”.
Ao final, em tom de desabafo, ele diz que “seja qual for a postura de Karol "Eller" – se vai despertar ou se seguirá uivando com os lobos – deixo aqui minha solidariedade a ela, a solidariedade que ela nunca teve em relação a mim nem a outras vítimas da homofobia alimentada pelo governo que ele ajudou a eleger”.