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Filósofa, ativista e um dos principais símbolos de luta pela liberdade, Angela Davis está no Brasil, participando do seminário “Democracia em Colapso?”, produzido pelo Sesc e editora Boitempo.
Em palestra proferida neste sábado (19), a norte-americana apontou semelhanças entre o governo de Jair Bolsonaro e de Donald Trump e disse que o brasileiro “parece se identificar com ditaduras militares”.
“Há pouco tempo, pessoas que amam a liberdade, como eu, olhavam para o Brasil como um farol de esperança, uma vez que afro-brasileiros e especialmente mulheres afro-brasileiras estavam emergindo e trazendo demandas democráticas raciais”, afirmou.
Angela, como exemplo, mencionou Marielle Franco, vereadora do PSOL executada em março de 2018, “Quando falei em Goiânia, em 2018, mesmo que o povo estivesse em luto por Marielle, pelo golpe de Dilma Rousseff e pelo encarceramento de Lula, estava querendo lutar pela liberdade”.
Luta constante
A filósofa acrescentou: “Marielle sabia que a liberdade era uma luta constante e isso é levado em frente por quem combate a homofobia, o racismo e outras formas de opressão. Não há democracia sem a articulação de mulheres negras, porque elas representam os pobres, os indígenas, as vítimas de violência racial e os oprimidos”.
Ela também citou Preta Ferreira, líder de um movimento por moradia em São Paulo, que ficou presa injustamente por 109 dias e que conseguiu a libertação graças a um habeas corpus.
“Preta livre, e sim, pretas livres. Liberdade para as mulheres negras deveria significar liberdade para todos", destacou.