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Após a repercussão de um vídeo em que aparece depreciando religiões de matriz africana durante um sermão, o padre Fábio de Melo foi notificado pelo advogado Ricardo Brajterman, em nome do Babalawô Ivanir dos Santos, presidente da Comissão Estadual de Combate à Intolerância Religiosa.
Na notificação, o advogado cita a Lei 7.716/1989 para sustentar que Fábio de Melo cometeu crime de intolerância religiosa por "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou o preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional".
No vídeo em questão, o religioso faz piada com a prática da macumba. "Com todo o respeito a quem faz a macumba. Pode fazer e pode deixar na porta da minha casa que, se estiver fresco, a gente come”, disse. Fábio de Melo, no mesmo sermão, ainda faz gestos irônicos e teatrais para depreciar o candomblé. Saiba mais aqui.
Pelo Twitter, na manhã desta quinta-feira (10), o padre pediu desculpas e informou que telefonou para o Babalawô Ivanir dos Santos par se desculpar e esclarecer a situação. Sempre manifestei publicamente o meu respeito a todas as religiões. O candomblé fez parte da minha origem. Nunca quis ofender ou desmerecer quem quer que seja. Apenas expressei, durante uma celebração cristã, convicções cristãs. "Peço perdão aos que se sentiram ofendidos. Eu não sou proprietário da verdade. Eu estou em busca dela. Quero o esclarecimento espiritual que me coloque ao lado de todos. Diferentes e iguais a mim. Somos irmãos e não me sinto melhor que ninguém. Se fui infeliz na forma como expressei o meu não crer, perdoem-me", escreveu.
Ivanir dos Santos, por sua vez, informou que o padre prometeu retirar os vídeos da internet e visitar um terreiro na próxima semana no Rio de Janeiro. A intenção é levá-lo ao Centro Espírita Caboclo Pena Branca, que foi atacado na madrugada da última terça-feira (08).