Sem salário, sem férias, sem descanso: Como tucanos querem oficializar a escravidão no campo

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Passada a aprovação da reforma trabalhista, agora os deputados discutem a alteração das leis para o trabalhador rural. Projeto prevê que salário possa ser substituído por remuneração de "qualquer espécie", como casa ou comida, que jornada diária seja aumentada para 12 horas e que possa se trabalhar até 18 dias seguidos, sem descanso semanal Por Redação Depois da aprovação da reforma trabalhista - que é avaliada por especialista como um "desmonte" da CLT - deputados federais discutem agora a reforma das leis trabalhistas no âmbito rural. Para não criar ainda mais resistência com a reforma, o relator, Rogério Marinho (PSDB-RN), deixou de fora do projeto recém-aprovado as 192 mudanças reivindicadas pela bancada ruralista. Agora, a reforma trabalhista no âmbito rural será discutida em um outro projeto, de autoria do deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), líder da bancada ruralista. O texto do projeto de Leitão praticamente oficializa a escravidão no campo no país. Pela proposta, o salário do trabalhador rural poderá ser substituído por remuneração de "qualquer espécie", como água e moradia. A mudança afetaria ainda a jornada de trabalho, que poderá ser, caso a proposta seja aprovada, de até 12 horas diárias. Como se não bastasse, o texto retira ainda o repouso semanal e prevê até 18 dias de trabalho seguidos, sem descanso. Para completar, estaria ainda autorizada a venda integral das férias. "Existe um preconceito muito grande da Justiça do Trabalho com o trabalhador rural", disse Leitão. O texto que altera as leis para o trabalhador rural deve começar a ser discutido na Câmara ainda esta semana.