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Iniciativa da deputada Jandira Feghali garantiu o nome da estilista como a primeira mulher no Livro da História da Pátria. Para sua filha, Hildegard Angel, esse reconhecimento é fundamental para que aqueles anos da ditadura jamais se repitam. Assista ao depoimento.
Da Redação
O presidente Michel Temer sancionou, nesta quarta-feira (12), lei que inscreve o nome da estilista Zuleika Angel Jones, a Zuzu Angel, no Livro dos Heróis da Pátria. A nova lei foi originada do PL 4411/16, apresentado pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que também determina que o documento passe a ser chamado de Livro de Heróis e Heroínas da Pátria.
Esse livro, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília, homenagea brasileiros e brasileiras que “tenham oferecido a vida à pátria, para sua defesa e construção, com excepcional dedicação e heroísmo”.
Zuzu Angel nasceu em 1921 e foi morta em um acidente de carro no Rio de Janeiro em 1976. Ela ficou reconhecida pela luta contra a ditadura militar e pela busca de seu filho, Stuart Angel Jones. Ele, que era estudante de Economia da UFRJ e militante do MR-8, foi preso, torturado, morto e dado como desaparecido político pela ditadura brasileira.
Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade recebeu de Cláudio Antônio Guerra, ex-agente da repressão que operou como delegado do Departamento de Ordem Política e Social do Espírito Santo (DOPS-ES), a confirmação da participação dos agentes da repressão no acidente que causou a morte de Zuzu Angel.
“Zuzu Angel é a única mulher da vida contemporânea brasileira a ter o reconhecimento de ser uma heroína da pátria”, disse sua filha, a jornalista Hildegard Angel. “Mas ela não está sozinha, está junto com todas as mulheres que sofrereram, que buscaram seus maridos, seus pais, seus irmãos, sobrinhos, netos, na obscuridade dos quartéis, procuraram seus corpos”, completou.
Assista ao depoimento de Hildegard: