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A atriz vive uma vilã racista na novela das 21h da Globo e também comentou sobre cenas em que precisa insultar uma das colegas de elenco.
Da Redação
Neste sábado (25), a atriz Marieta Severo, que vive uma vilã racista na atual novela das 21h da Globo, comentou sobre o tema em entrevista ao Extra. Confessou que o preconceito racial é um problema que lhe toca intimamente.
“Quando minha filha (Helena) se casou com aquele cara incrível que é o (Carlinhos) Brown, eu me assustei com os olhares tortos de gente muito próxima. Hoje, dói saber que Chiquinho, meu neto, leva tapa de segurança, passa por situações constrangedoras só por ser negro”, revelou a atriz. Chico Brown tem 21 anos e segue os passos de seu avô, Chico Buarque, como cantor e compositor.
Marieta ainda comentou sobre a vilã que vive em “O outro lado do paraíso”, dizendo que também sofre ao ter que proferir falas racistas e preconceituosas. Durante os ensaios das cenas com Juliana Caldas, que é sua filha na ficção, Marieta chorou ao gravas cenas em que insultava a colega de elenco, que é anã.
Para a atriz, o texto de Walcyr Carrasco se faz mais do que necessário e elogia o autor por tratar temas como o nanismo, o racismo e a violência contra a mulher. “Acho uma maravilha Walcyr estar tocando em feridas tão expostas, mas que muita gente finge não ver. Temos que ser inclementes com o racismo, não dá para relativizar! A violência contra a mulher é outra temática importantíssima em evidência na novela. A agressão não necessariamente é física, pode ser psicológica. E está em toda parte”, comentou.
Falou ainda sobre sua autodefinição de “hiperfeminista desde a década de 1960”. “Uma das minhas maiores alegrias, para compensar o retrocesso que vivemos, é a retomada do movimento feminista. Há uns dez anos, era quase cafona dizer que era feminista. Eu sempre fui! E me cansava explicar o verdadeiro significado disso. As jovens de hoje são inacreditáveis, pegaram para si essa bandeira”.
Foto: Divulgação/ TV Globo