Fortalecida e mais confiante, os resultados começaram a vir. Em 2013, conquistou a medalha de ouro no Mundial de Judô de 2013. Trabalhando corpo e mente, Rafela mirava os Jogos no Rio sem esquecer das lições que a competição em Londres lhe trouxe.
“Isso ficou guardado em mim. Só entrava na competição pensando no que passei em Londres, que era uma sensação que não queria passar novamente”.
Com a medalha no peito, a judoca foi instigada por jornalistas a dar um recado às pessoas que a ofenderam no passado:
“Não precisa de mensagem, a medalha já diz tudo. Não é a cor ou o dinheiro que faz você conquistar uma medalha. É só a vontade, a garra e a determinação", concluiu Rafaela.
Simone Biles
Os movimentos feitos pela ginasta norte-americana Simone Biles beiram a perfeição e deixaram plateia e atletas de outros países de queixo caído. Com seus 1,45 metros de altura, a menina de 19 anos chegou ao seu segundo ouro ao vencer a final individual feminina da ginástica olímpica contra a compatriota Alexandra Raisman. [caption id="attachment_88663" align="aligncenter" width="400"] Rio de Janeiro - Simone Biles, ginasta dos Estados Unidos, durante final em que levou medalha de ouro na disputa por equipes feminina nos Jogos Olímpicos Rio 2016. (Fernando Frazão/Agência Brasil)[/caption] A atleta já havia conquistado o título por equipe pelos Estados Unidos na última terça (9). As medalhas olímpicas são as primeiras de uma carreira de tantos títulos que fazem Bile parecer uma veterana. Ela ostenta nada menos que 17 medalhas em campeonatos nacionais e 14 medalhas em campeonatos mundiais.A menina de sorriso fácil carrega um drama familiar vivido na infância. A mãe era viciada em drogas e não conseguia cuidar dos quatro filhos. Simone, então com 3 anos, e os irmãos passaram a viver em um orfanato em Ohio. Até que o avô, Ron Biles, e a esposa dele, Nellie, adotaram Simone e sua irmã Adria. Os outros dois irmãos foram morar com outros parentes.
"Quando era mais nova me perguntava o que teria sido da minha vida se nada disso tivesse acontecido. Ás vezes, ainda me pergunto se minha mãe biológica se arrepende e se queria ter feito as coisas de forma diferente, mas evito me prender a essas perguntas porque não sou eu quem tem que respondê-las", declarou Simone a veículos americanos.
Em 2011, por apenas um ponto, ela não foi convocada para seleção de ginástica artística dos Estados Unidos. Tomou a decisão de sair da escola e começou a ter aulas em casa, como é permitido no país.
Abriu mão de atividades comuns de uma garota da sua idade e passou a treinar incansavelmente. A carga horária de treinos passou de 20 para 32 horas semanais. Um ano depois, ganhou o primeiro título individual geral no mundial do esporte. Mesmo assim, Biles não se enxerga como um dos grandes nomes dos Jogos Olímpicos:
“Eu não sou uma celebridade. Eu sou só a Simone Biles, mas é maravilhoso ser reconhecida pelo meu sucesso e do meu país. Eu não sou a próxima Usain Bolt ou Michael Phelps. Sou a primeira Simone Biles”.
Mayra Aguiar
Ao colocar no peito a medalha conquistada na Rio 2016, Mayra Aguiar também entrava para história do país por ser a primeira mulher a ganhar mais de uma medalha de bronze em Olimpíadas. Quatro anos antes, em Londres, Mayra ainda se recuperava do fim do sonho pelo ouro quando foi para a disputa pelo bronze sentindo muitas dores físicas. O golpe que deu a vitória a Mayra fez o braço da atleta estalar. Mesmo assim, conseguiu trazer o bronze para casa. [caption id="attachment_88664" align="aligncenter" width="800"] Rio de Janeiro - A judoca brasileira Mayra Aguiar vence cubana na categoria até 78 quilos e ganha medalha de bronze na Rio 2016 (Fernando Frazão/Agência Brasil)[/caption]
Manteve-se entre as melhores do mundo, mas as lesões tornaram-se duras adversárias e levaram Mayra a se submeter a diversas cirurgias. Logo depois da Olimpíada de Londres, passou por uma cirurgia para corrigir um problema no ombro. Recuperou-se a tempo de participar e levar o título no Mundial de 2013. Em seguida, foi submetida a mais duas cirurgias: no joelho direito e no cotovelo esquerdo.
Apesar das diversas intervenções cirúrgicas e períodos sem treinar por causa da recuperação, Mayra chegou à Olimpíada Rio 2016 como uma das esperanças de medalha para o Brasil. Diante de uma torcida empolgada, a atleta viu o drama de Londres se repetir. Perdeu a semifinal para a francesa Audrey Tcheuméo e pouco tempo depois já voltava ao tatame para lutar pelo bronze contra a cubana Yalennis Castillo na categoria até 78 kg . Assumindo uma postura agressiva, ela conseguiu um yuko, que a deixou em vantagem na luta. A estratégia da brasileira foi não recuar para defender o placar favorável. “A hora em que consegui a pontuação, sabia que se ela sentisse que eu tinha parado, ela viria muito para cima. É uma atleta muito agressiva, já foi vice-campeã olímpica, e sabe o valor de uma medalha. Então, ela daria tudo ali. Na minha cabeça, eu não poderia parar de lutar, eu teria que continuar agressiva, lutando. Pus na minha cabeça que ela não tiraria essa medalha de mim”.