Ranking expõe sexualidade de alunas e homossexuais em unidade da USP

Estudantes denunciaram esta semana o material exposto no campus da USP em Piracicaba que apelida garotas e homossexuais com termos pejorativos e que configuram claro assédio sexual, como "teta preta" ou ainda "buceta fedida"; a universidade informou que vai apurar o caso

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Estudantes denunciaram esta semana o material exposto no campus da USP em Piracicaba que apelida garotas e homossexuais com termos pejorativos como "teta preta" e "buceta fedida"; universidade informou que vai apurar o caso Por Redação  Alunos e alunas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba, vem se mobilizando para denunciar um material ofensivo contra mulheres e homossexuais da instituição que foi colocado em uma área de convivência do campus. Depois das denúncias, o cartaz foi retirado. Com três colunas, o cartaz formava uma espécie de 'ranking' que listava mulheres e homossexuais da instituição por meio de apelidos pejorativos tais como "teta preta", "buceta fedida" ou ainda "sociedade do anel" e havia um espaço para que as pessoas preenchessem quantos parceiros ou parceiras sexuais a vítima da exposição já teve. [caption id="attachment_67714" align="aligncenter" width="547"]Foto: Reprodução/Facebook Élice Botelho Foto: Reprodução/Facebook Élice Botelho[/caption] "Há boatos de que esse cartaz foi feito em duas repúblicas masculinas, e que todos os bixos que vão lá pegar ração na hora do almoço/janta escrevem o nome de alguma menina nas colunas", afirmou por meio de um post em seu Facebook a estudante Élice Botelho.  Por ser uma escola de agricultura, a universidade tem elevada presença de homens e uma consequente cultura machista na recepção dos calouros e no dia a dia da instituição. A unidade chegou, inclusive, a ser alvo da CPI das Violações de Direitos Humanos das Universidades Paulistas no início do ano por conta de um longo histórico de assédio sexual ou casos de abusos. "Óbvio que não era de se esperar menos, visto a cultura "agroboy" que tem na ESALQ. Pra ser Agronomia tem que ser Macho, e é Macho com M maiusculo, que é pra deixar bem claro. "Se não pegar ninguém na balada é viado", completou a estudante em seu post, onde aproveita para convocar outros estudantes para se reunir para discutir o assunto e cobra da universidade campanhas institucionais que ajudem a combater o problema. Em nota, a assessoria de imprensa da Esalq afirmou que já tomou conhecimento dos fatos e que encaminhará o material para a apreciação de uma comissão sindicante.