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Mãe Dede de Iansã faleceu na madrugada do dia 1º deste mês, após um infarto fulminante que teria como principal causa a perseguição sofrida desde que uma igreja evangélica se instalou em frente ao terreiro Oyá Denã, na Bahia
Por Redação
A morte de Mãe Dede de Iansã no município de Camaçari, localizado a 40 quilômetros de Salvador, causou comoção entre as entidades de combate à intolerância religiosa em todo o país. Ela faleceu na madrugada do dia 1º deste mês, após um infarto fulminante que teria como principal causa a perseguição sofrida desde que uma igreja evangélica se instalou em frente ao terreiro Oyá Denã.
Segundo os familiares, seguidores da Casa de Oração Ministério de Cristo teriam passado uma madrugada inteira em vigília proferindo ofensas em direção à casa de santo, na véspera do infarto da ialorixá.
“Na noite anterior à morte dela, fizeram vigília de 23h às 5h. Passaram esse tempo gritando coisas como ‘Se retira, Satanás’ e ‘Tá amarrado’. Minha mãe ficou muito agitada, chorou e depois passou mal”, contou à imprensa Mary Antonia Monteiro, filha de criação da religiosa.
Poucas horas depois do falecimento, parentes procuraram a 18ª Delegacia Territorial de Camaçari para registrar o episódio. Representantes do Coletivo de Entidades Negras (CEN) da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial de Camaçari e do Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela devem recorrer ao Ministério Público da Bahia para investigação do caso.
Foto de capa: Arquivo Pessoal