Numa iniciativa inédita no Brasil, nesta quinta-feira, 29 de janeiro, às 17h, as militantes do movimento Trans do Estado de Pernambuco receberão da Polícia Militar uma homenagem pela atuação em defesa dos direitos das pessoas trans. O coronel José Francisco Neto também deve ouvir as reivindicações e denúncias desta população. Para Maria Clara, do Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo (GTP+), coordenadora da Marcha da Visibilidade Trans Ilusões e Membro do Mecanismo de Combate a Tortura da Secretária de Direitos Humanos de Pernambuco, esse diálogo é um passo importante no reconhecimento de direitos.
Vale destacar que travestis e transexuais têm sido historicamente perseguidas pelo aparato policial do Estado brasileiro, transformando-se em um dos principais alvos da homofobia e da violência das polícias nas ruas do país.
Para marcar o Dia 29, o GTP+ juntamente com a Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (Amotrans) e outros parceiros também realizarão a II Marcha da Visibilidade Trans na ruas de Recife, capital pernambucana. A transfobia no Brasil é ainda tão alarmante que, em menos de um mês, o site Homofobiamata já contabiliza, apenas nos primeiros 28 dias de 2015, 10 assassinatos de travestis. Em 2014, foram documentados 326 mortes de gays, travestis e lésbicas no Brasil, incluindo nove suicídios. Um assassinato a cada 27 horas. Um aumento de 4,1 % em relação ao ano anterior (313).
Acredita-se que as travestis são o grupo mais estigmatizado da comunidade LGBT, que sofre maior violência física, moral e psicológica.
O Dia da Visibilidade Trans é celebrado todo dia 29 de janeiro, desde 2004. A data foi instituída pelo Movimento LGBT naquele ano, quando, no Congresso Nacional, através do Ministério da Saúde, foi lançada uma campanha pela cidadania e saúde para o público de travestis e transexuais. A campanha foi intitulada "Travesti e Respeito”. A data tem como objetivo ressaltar a importância da visibilidade e o respeito às travestis e transexuais na sociedade brasileira.