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Imagem do suspeito divulgada pela Polícia Federal não teria semelhança com pessoa identificada nos vídeos
Por Redação
[caption id="attachment_42005" align="alignright" width="300"] Ativistas questionam na rede aparente falta de semelhança entre suspeito dos videos com o da foto da Polícia Federal[/caption]
Foi divulgada na manhã desta terça-feira (11) a foto do segundo suspeito no caso do cinegrafista Santiago Ilidio Andrade, que morreu ontem, segunda-feira (10), após ser atingido por um rojão disparado em manifestação contra o aumento das passagens de ônibus na cidade do Rio de Janeiro, na semana passada. Porém, o sujeito que aparece na foto da PF aparentemente não tem nada a ver com o perfil do suspeito identificado nos vídeos, que era alto, branco e com cabelo liso e comprido. O suspeito da foto é magro, negro e com cabelo raspado.
A educadora e ativista Conceição Oliveira (Maria Frô) ironizou a foto em seu perfil. “Mas nem todo o sol carioca seria capaz de transformar um branco num negro”, questionou Oliveira, que na sequência declarou que o suspeito identificado nos vídeos passou por um processo de plástica.
“Se o suspeito procurado for o do foto maior (cabelo liso, comprido, pele branca) se tornou o rapaz negro exposto hoje nas TVs, ele fez uma plástica, um implante total de cabelo e acrescentou muita melanina no processo em menos de uma semana. É um caso de verdadeiro milagre da medicina”, debochou a ativista.
Quem também questionou a foto foi o produtor cultural Pablo Capilé. “É impressão minha ou a foto do 'suspeito, negro, magro, de cabelo curto' é diferente da foto do 'suspeito branco, forte, cheio de cabelo?'", disse Capilé. O fato é que inúmeras páginas estão questionando a não semelhança entre o jovem identificado nos vídeos (que contou com inúmeros especialistas para tal missão) e o rosto divulgado pela Polícia Federal.
Conceição ainda atenta para outro fator, que é o perfil dos integrantes do grupo Black Block e o jovem que figura como suspeito. “Mas há ainda algo que me chama a atenção: os Black Bloc não eram todos 'coxinhas', brancos, de classe média alta? Esse guri não me parece se adequar no perfil dos que formaram uma imagem sobre os Black Bloc como ‘bombadões’ nazis”, finaliza Oliveira.
O primeiro suspeito de ter participado da ação que resultou na morte do cinegrafista, Fabio Raposo, já está em prisão preventiva por 30 dias. O segundo suspeito, Caio Silva de Souza, que é identificado como a pessoa que acendeu o rojão, teve a prisão decretada na noite de ontem (10).