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Sete seguranças formaram um corredor na porta do banheiro feminino para aguardar a saída de quatro amigas
Por Isadora Otoni [caption id="attachment_38943" align="alignleft" width="300"] Aline contou que os seguranças fizeram agressões verbais (Divulgação/Site oficial)[/caption] No último sábado (4), quatro transexuais foram constrangidas por seguranças ao usarem o banheiro feminino do Shopping Center 3, em São Paulo. Aline Freitas contou que estava com uma amiga passeando pelo estabelecimento como estava acostumada a fazer, já que trabalha perto do local, e as duas foram ao banheiro juntas sem serem abordadas. No entanto, quando tentaram ir com mais duas amigas, passaram por constrangimentos. “Por estarmos em quatro, isso pode ter chamado a atenção dos seguranças de alguma forma, porque realmente percebi uma movimentação deles”, sugere Aline. Segundo ela, quando todas estavam entrando no banheiro, um funcionário abordou uma de suas amigas e disse que ela deveria usar o banheiro masculino. “Disse que ele não podia fazer isso e que esse era um direito dela. Mas minhas amigas estavam todas muito calmas, eu era a mais nervosa. Usamos o banheiro mesmo assim, algumas retocaram a maquiagem e outras usaram as cabines. Em seguida, entrou uma funcionária e conversou ‘na boa’, disse que as pessoas se sentiram incomodadas, mas foi embora”. As quatro mulheres foram surpreendidas ao saírem do sanitário, porque precisaram passar por um corredor de quase sete seguranças. “Parecia um corredor polonês. Eles ficaram falando agressões, tipo ‘bando de homens’ e coisas desses níveis”. “Esse tipo de despreparo é generalizado. Muitas das meninas já passaram por situações desse tipo, não é uma exceção. O que chama a atenção é ter sido em um lugar muito notório, um shopping que tem muita diversidade, porque é na esquina da Avenida Paulista com a Augusta”, declarou Aline. As vítimas do constrangimento já acionaram um advogado para cuidar do caso, tendo em vista que a atitude dos seguranças transgride a lei estadual 10.948, que pune manifestações discriminatórias praticadas contra qualquer cidadão homossexual, bissexual ou transgênero. Outra medida de Aline Freitas, com o apoio de uma amiga, é a realização de um encontro na praça de alimentação do Shopping Center 3. O protesto está marcado para o dia 11, às 13h, e pretende chamar a atenção para a transfobia cotidiana. Em 2012, a cartunista Laerte passou por uma situação parecida na Pizzaria Real, também de São Paulo. Na época, foi impedida de usar o banheiro feminino após o pedido de uma cliente. A cartunista não processou o restaurante porque sempre foi bem recebida no local, mas contou com o apoio da Secretaria de Justiça para proteger os direitos da população travesti e transexual por meio da lei 10.948.