Snowden: Microsoft colabora ativamente com a NSA e o FBI

Artigo mostra como empresa trabalhou com a NSA para permitir que programas contornassem proteções instaladas pela Microsoft em seus serviços de mail, “cloud”, e ligações feitas pelo Skype

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Artigo mostra como a empresa trabalhou com a NSA para permitir que programas contornassem proteções instaladas pela Microsoft em seus serviços de mail, “cloud”, e ligações feitas pelo Skype Por Esquerda. net Um novo artigo publicado na noite desta quinta-feira no site do jornal britânico The Guardian e assinado por Glenn Greenwald, o jornalista e jurista que tornou públicas pela primeira vez as revelações de Edward Snowden, e também por Ewen MacAskill, Laura Poitras, Spencer Ackerman e Dominic Rushe traz novas revelações que mostram que os técnicos da Microsoft trabalharam estreitamente com a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, bem como com o Federal Bureau of Investigation (FBI) para facultar o acesso de programas de vigilância em massa, como o PRISM, aos seus serviços de e-mail, como o recém-lançado portal Outlook.com (que inclui o popular Hotmail) ou ao serviço de “cloud” (armazenamento de ficheiros em servidores na Internet) SkyDrive. “A sua privacidade é a nossa prioridade” Ironicamente, a última campanha de marketing da Microsoft usava o slogan “A sua privacidade é a nossa prioridade”. Mas os documentos a que o Guardian teve acesso mostram que os técnicos da empresa de Bill Gates trabalharam em equipe com os da NSA para permitir que a agência tivesse acesso às conversas trocadas em sistemas de chat no portal Outlook.com, contornando os sistemas de criptografia que os protegem. Isto é: a Microsoft criou e entregou aos espiões da NSA uma forma de contornar os seus próprios sistemas de segurança. Os espiões da agência já tinham acesso aos mails da Microsoft antes da sua encriptação. [caption id="attachment_26867" align="alignleft" width="400"] (Foto Esquerda.net)[/caption] O artigo revela ainda que desde que, em julho do ano passado, a Microsoft comprou o Skype, um serviço de telecomunicações de voz e vídeo através da Internet, a NSA obteve uma nova capacidade que lhe permitiu triplicar a captura de vídeos através do sistema. As estimativas mostram que o Skype tem algo como 663 milhões de utilizadores à escala planetária. Um documento da NSA citado pelo Guardian afirma que a monitorização dos vídeos do Skype triplicou desde julho de 2012, e elogia o trabalho de equipa entre os técnicos da empresa, da NSA e do FBI. A política de privacidade do Skype afirma que a empresa está “comprometida a respeitar a sua privacidade e a confidencialidade dos seus dados pessoais, dados de tráfego e conteúdo das comunicações”. “Trabalho do FBI durante muitos meses junto com a Microsoft” A cooperação da Microsoft estendeu-se ao serviço ode armazenamento em “cloud” SkyDrive. Durante muitos meses, diz um documento citado pelo artigo, técnicos da empresa e do FBI cooperaram para que o programa de vigilância PRISM tivesse acesso a todo o conteúdo armazenado no SkyDrive sem ter de fazer um pedido especial. “Esta nova capacidade resulta numa recolha com uma resposta muito mais completa e instantânea”, sublinha uma newsletter interna da NSA, que acrescenta: “Este sucesso é o resultado do trabalho do FBI durante muitos meses junto com a Microsoft para ter esta solução de recolha de dados a funcionar”. Ouvida pelo jornal britânico, a Microsoft disse que fornece dados de clientes apenas em resposta a pedidos específicos do governo”. Mas sabe-se que um tribunal secreto de vigilância permite que as comunicações na net sejam recolhidas pelos programas de vigilância sem um mandato judicial individual se o agente da NSA tiver 51% de convicção que o alvo não é um cidadão dos EUA e não está em solo norte-americano Se o alvo for cidadão dos EUA é teoricamente necessário um mandato, mas a NSA pode coletar dados sem mandato se o cidadão for estrangeiro e localizado no exterior. Isto é, se for você, leitor.