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Atualmente, dos 166 presos no local, cerca de 130 estão em greve de fome, segundo denunciam organizações de direitos humanos
Por Tatiana Félix, da Adital
Uma greve de fome iniciada no último dia 6 de fevereiro foi a maneira que os detidos do Campo de Detenção da Baía de Guantánamo, prisão militar estadunidense localizada em Cuba, encontraram para protestar contra a detenção indefinida e sem acusação formal, modo como o governo dos Estados Unidos tratam presos acusados supostamente de terrorismo. Atualmente, dos 166 presos no local, cerca de 130 estão em greve de fome, segundo denunciam organizações de direitos humanos, embora o porta-voz de Guantánamo, Samuel House, afirme que o número de presos que tenham aderido a este protesto seja 100.
O porta-voz da base militar estadunidense em Guantánamo também informou para a imprensa mundial que dos 100 presos em greve de fome, 20 estão sendo alimentados à força e que cinco se encontram no hospital do centro de detenção. Este número também é contestado por organizações sociais internacionais que acreditam que é bem maior o número de detentos alimentados à força, ato que viola o direito do indivíduo de optar por receber tratamento ou não.
[caption id="attachment_23571" align="alignleft" width="345"] (http://en.wikipedia.org/wiki/United_States_armed_forces)[/caption]
Diante do agravamento da situação, o Centro pela Justiça e Direito Internacional (CEJIL) e o Centro pelos Direitos Constitucionais (CCR) fortaleceram o apelo pelo fechamento da prisão junto a organismos das Nações Unidas, "para exigir que os Estados Unidos ponham fim à atual crise na Base Naval de Guantánamo e o fim do centro de detenção”.
Também pedem que o governo estadunidense respeite e garanta a vida e a integridade dos presos no atual contexto e permita o acesso de especialistas de direitos humanos da ONU e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) à prisão. As organizações internacionais lembram que os Estados Unidos devem cumprir suas obrigações internacionais em matéria de direitos humanos e justiça.
Além de protestarem contra a detenção indefinida, alguns dos presos de Guantánamo também pedem que lhes sejam entregues seus exemplares do Alcorão, livro sagrado do Islã que foram inspecionados pelos guardas. Advogados dos presos-políticos acreditam que se esse pedido for atendido, a greve de fome pode acabar de imediatamente, já que o Alcorão orienta a vida de seus seguidores.
Guantánamo
Desde que começou a ser usada como centro de detenção para suspeitos de terrorismo, após o ataque terrorista sofrido pelos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001, a prisão de Guantánamo tem sido alvo de protestos pelo mundo, já que faltam acusações concretas sobre muitos dos presos enviados para lá, que ficam detidos por tempo indeterminado, sem acesso à justiça e sem comunicação com familiares.
Já em seu segundo mandato presidencial à frente do governo dos Estados Unidos, Barack Obama ainda não conseguiu cumprir sua promessa de fechar Guantánamo. Desde que venceu o prazo estipulado por ele mesmo, em janeiro de 2010, um ano após o início do seu primeiro mandato, Obama ainda não conseguiu convencer o Congresso a aceitar sua proposta de fechar o Centro de Detenção estadunidense em Cuba.