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Comissão da Secretaria Especial dos Direitos Humanos pede investigação da morte de detentos em regime semi-aberto em janeiro e fevereiro deste ano.
Por Redação
Em janeiro e fevereiro deste ano, 14 presos em regime semi-aberto foram assassinados em Goiás. A Pastoral Carcerária denuncia semelhanças nos crimes, como o calibre das pistolas utilizadas e emboscadas na saída dos presídios, no momento em que o detento saía para o trabalho.
Pedro Montenegro, ouvidor geral, comandou uma comissão da Secretaria Especial de Direitos Humanos do governo federal em visita ao Ministério Público e ao secretário de segurança no estado, Ernesto Roller (PP).
Montenegro, em entrevista à Fórum, defendeu investigação com independência para verificar a possibilidade de ação de grupos de extermínio.
Ele relatou que não havia uma balanço das investigações, mas o secretário de Segurança aceitou concentrar os trabalhos da delegacia de homicídios, com sede em Goiânia, que permite a integração do processo.
O acompanhamento do Ministério Público foi solicitado. A preocupação dos ativistas é que, caso se constante a participação de políciais, o corporativismo prevaleça.
"Há gente da Pastoral [Carcerária] disposto a testemunhar, mas teme represálias", garante Montenegro. Algumas transferências devem ser estudadas para permitir depoimentos. "Os presos escutam muita coisa, alguns teriam sido ameaçados antes de sair, por isso, muitos não querem ir para o regime semi-aberto, com medo", avalia.
Montenegro mostra cautela para afirmar a existência de milícias ou grupos de extermínio. O andamento da investigação deve ser acompanhado pela Secretaria subordinada à Presidência da República e por movimentos de defesa dos direitos humanos.