A atual composição da Câmara dos Deputados reflete um cenário de profunda degradação política. Em meio a ataques autoritários e tentativas de silenciamento, alguns parlamentares seguem resistindo, mantendo-se firmes na defesa da democracia e dos direitos da população. Um exemplo emblemático dessa batalha é o processo contra o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que escancara a seletividade da perseguição política no Brasil.
Enquanto parlamentares de extrema direita, envolvidos em escândalos de corrupção, violência e até mesmo em crimes mais graves, seguem impunes, Glauber enfrenta um processo que se sustenta em argumentos questionáveis e tendenciosos. A mesma Câmara que não demonstrou a mesma pressa para investigar o envolvimento de autoridades em casos como o assassinato da vereadora Marielle Franco, agora se mobiliza para retirar um mandato legitimamente conquistado pelo voto popular.
A perseguição a Glauber Braga ganhou força a partir de uma armação conduzida por integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), grupo que se notabilizou por fomentar discursos de ódio e ataques à democracia. O relator do processo, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), tem um histórico controverso, tendo sido denunciado por tráfico de influência junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) em favor da empreiteira Gautama, investigada por fraudes em licitações na Operação Navalha da Polícia Federal.
O que está em jogo neste momento não é apenas o mandato de um deputado combativo, mas o futuro da resistência política no Brasil. Precisamos de parlamentares como Glauber Braga, assim como de Erika Hilton, Guilherme Boulos e Ivan Valente, que representam a luta por uma política voltada ao interesse coletivo, em oposição às práticas autoritárias e ao conluio dos poderosos.
Defender Glauber Braga é defender a democracia. Não podemos permitir que processos injustos e motivados por interesses escusos se sobreponham à vontade popular. Seguimos em luta pelo decoro parlamentar e contra a instrumentalização política das instituições.
*Enilson Simões de Moura, o Alemão, é membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável e vice-Presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)
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