Estranhou a ligação desses três personagens? Eles são os personagens em uma semana que marcou as pessoas solidárias e humanas e quem joga contra a população e a vida. Rio Grande do Sul, Palestina e trabalhadores. Cada um, do seu jeito de fazer mal, mostraram o que são. E trouxemos aqui o que eles representam e fizeram.
Romeu Zema, governador de Minas, assinou em cartório na campanha de 2018 que doaria todo o seu salário. Famosa promessa de campanha mentirosa para se eleger. Não cumpriu e ainda fez muito mais. Em 2023, ele enviou um projeto para aumentar o próprio salário em 300%. Sim, você leu isso mesmo. Um absurdo para quem dizia que não usaria o dinheiro público para exercer o cargo que ocupa.
Mas o caso piora muito mais. Na mesma época em que ele fez essa manobra em benefício próprio, os professores do estado reivindicavam que fosse pago o piso salarial definido por lei, coisa que o governo não cumpria. Zema recusou a pagar e levou o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). O seu salário podia aumentar, mas os dos professores era impossível.
Veio 2024 e mais uma vez ele mostrou ser contra os servidores públicos. Anunciou um aumento de 3,62%, menor do que a inflação do ano. Diante da chuva de críticas, Zema disse que os servidores deviam então procurar a iniciativa privada para trabalhar.
Continuando o que faz mal para Minas Gerais, vamos falar da Vale. Não será sobre mineração, muito menos sobre as pessoas que ela matou e o meio ambiente que foi destruído. As famílias das vítimas do crime de Brumadinho doaram R$ 2,2 milhões para as vítimas do Rio Grande do Sul. Atitude louvável. E acredita que a empresa doou menos dinheiro do que quem ela tirou as vidas? Sim, esse é o fato. Uma empresa que lucrou bilhões anualmente doou menos para o Rio Grande do Sul do que as vítimas do crime que ela cometeu. Era de esperar essa atitude, já que a Vale sempre tratou mal a vida e quem perdeu a vida.
Por fim, o país queridinho da direita mostrou também o que mais importa para eles. Os EUA enviaram ao Congresso Nacional uma proposta de US$ 1 bilhão para investimento em armas para Israel seguir o genocídio que já conta com 25 mil mulheres e crianças mortas na Faixa de Gaza. E para o Rio Grande do Sul? Somente US$150 mil.
Assim, EUA, a Vale e Romeu Zema mostram a sua cara em um momento de solidariedade e humanidade. Se destacam pelo lado ruim, negativo. Não esperávamos outra coisa, né? Fica destacado a Associação dos Moradores de Brumadinho, os servidores públicos de Minas Gerais e os professores do estado. Lógico, o mais importante, todos os companheiros do Rio Grande do Sul que estão sofrendo com essa tragédia e os irmãos palestinos que estão vivendo esse genocídio cometido por Israel.
*Padre João é deputado federal (PT-MG)
*Leleco Pimentel é deputado estadual (PT-MG)
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.