DEBATES

Frente em Defesa das Políticas Afirmativas elabora manifesto de apoio à greve na USP

Frente liderada na Alesp por Najara Costa e Letícia Chagas, codeputadas estaduais pelo Movimento Pretas do PSOL, externaliza apoio a greve puxada por alunos com apoio dos professores

Créditos: Reprodução/Instagram/Correnteza USP
Por
Escrito en DEBATES el

Alunos da alunos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e outros 12 cursos, incluindo a Escola Politécnica e a Faculdade de Direito, iniciaram no último dia 21 de setembro uma greve na Universidade de São Paulo (USP). Entre as principais reivindicações da paralisação, que já conta com apoio de docentes, estão a contratação de professores e um novo projeto de permanência estudantil.

A Frente Parlamentar em Defesa das Políticas Afirmativas, liderada na Alesp por Najara Costa e Letícia Chagas, codeputadas estaduais pelo Movimento Pretas do PSOL. elaborou Manifesto de Apoio à Greve na Universidade de São Paulo. Veja abaixo:

Nós, membros da Frente Parlamentar em Defesa das Políticas Afirmativas nas Universidades Públicas, constituída pelo Mandato Estadual Movimento Pretas, vimos a público manifestar nosso total apoio à greve que atualmente ocorre na Universidade de São Paulo. Reconhecemos que este movimento grevista se desenrola em um momento crítico, em que as políticas afirmativas começam a ser implementadas na docência e, em alguns casos, parecem ter perdido sua eficácia. Diante deste cenário, é crucial que nos solidarizemos com aqueles que lutam pelo direito à educação pública, gratuita e de qualidade. Acreditamos firmemente que a educação é um pilar fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Seu acesso desempenha um papel crucial na promoção da inclusão social e na redução das desigualdades que afetam diversos grupos sociais historicamente marginalizados. Portanto, é imperativo preservar e fortalecer o sistema de ensino superior público, em particular a Universidade de São Paulo, como um bastião da educação de excelência acessível a todos. Entendemos que as políticas afirmativas desempenham um papel vital na promoção da diversidade e na correção de desigualdades historicamente arraigadas. Acreditamos que a universidade deve garantir o acesso de grupos sociais socialmente excluídos, como negros e indígenas, através de cotas e outras medidas que buscam corrigir as disparidades de oportunidades educacionais. Além disso, reconhecemos a necessidade urgente de aumentar não somente o número de professores na universidade, mas, sobretudo, professores negros, indígenas e LGBTQIA+. A diversidade no corpo docente não apenas enriquece o ambiente acadêmico, mas também contribui para uma educação mais abrangente e representativa. Professores de diferentes origens étnicas e culturais podem trazer perspectivas únicas para o ensino e a pesquisa, enriquecendo assim a experiência de aprendizado dos estudantes. Portanto, exortamos a administração da Universidade de São Paulo a dialogar de maneira construtiva com os grevistas, buscando soluções que atendam às demandas legítimas apresentadas por eles. Requeremos também a comunidade acadêmica e a sociedade em geral a se unirem em apoio a esta causa, pois a defesa da educação pública, gratuita e de qualidade é uma luta que beneficia a todos e todas nós. A greve na Universidade de São Paulo não é apenas uma reivindicação dos estudantes e professores, mas uma defesa dos princípios democráticos e igualitários que devem guiar nossa sociedade. Juntos, podemos trabalhar para construir um futuro em que a educação seja verdadeiramente acessível a todos, independentemente de sua origem étnica ou social.

Por Frente Parlamentar em Defesa das Políticas Afirmativas