Tarcísio de Freitas se elegeu governador do estado de SP com o apoio de Bolsonaro. Sabíamos, a despeito da voz mansa e do discurso de gestor técnico, que não negaria seu DNA e faria um governo autoritário e neoliberal.
Sua obsessão desde que assumiu o mandato foi a de priorizar as privatizações, notadamente as da Sabesp, CPTM e Metrô. As questões de políticas sociais ele tem tratado à base de marteladas. Basta ver, a precarização da situação da saúde pública no estado de São Paulo.
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Tarcísio, ao invés de somar esforços com o governo federal, tem ignorado os programas do Ministério da Saúde. Um exemplo é que o governo paulista ainda não elaborou o plano estadual para aderir ao Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas do Ministério da Saúde. Trata-se de um enorme descaso. O programa nacional foi lançado em fevereiro deste ano e até hoje o governo Tarcísio ainda não fez sua parte para diminuir as filas de atendimento do SUS – um absurdo!
O estado é responsável pela atenção terciária do cuidado porque tem os hospitais de ponta e que, neste momento, não ofertam vagas para os municípios. No caso da Oncologia, por exemplo, a prefeitura de São Paulo está com uma fila absurda, há pessoas aguardando meses ou quase um ano para a primeira consulta. Há casos tratáveis que quando os pacientes são atendidos já estão com metástase e não há mais o que fazer. As filas de cirurgia ortopédica estão demorando mais de sete anos.
O governo federal destinou R$ 600 milhões para apoiar estados e municípios na redução da fila de cirurgias, exames e consultas no SUS. O programa é uma das prioridades para diminuir a espera dos pacientes por procedimentos que ficaram represados, principalmente, durante a pandemia da Covid-19.
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O papel dos deputados estaduais é elaborar leis e fiscalizar o governo. Assim, me manifestei no plenário da Assembleia Legislativa questionando por qual motivo a Secretaria de Saúde do Estado não enviou até hoje o planejamento paulista para se efetivar ao programa federal.
Questionei, ainda, o secretário de Saúde, Eleuses Paiva, por meio de requerimento de informações, sobre qual a data prevista para a elaboração e implementação do Plano Estadual de Redução das Filas. Pedi o detalhamento e como serão aplicados os mais de R$ 131 milhões previstos para São Paulo no orçamento do programa nacional do Ministério da Saúde.
Um governo que se diz “técnico” não pode deixar de aderir imediatamente a esse importante programa do governo federal. O povo de São Paulo deve sempre vir em primeiro lugar. Não importa o partido dos governantes.
*Simão Pedro é deputado estadual (PT-SP).
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.