DEBATES

Independência ou brocha? Por um novo grito de independência - Por Pedro Fávaro Jr.

Falta pouco para retornarmos à independência e respeito ao povo trabalhador, aos mais pobres; para afastarmo-nos do racismo e da misoginia; voltarmos ao acolhimento às pessoas homoafetivas e a liberdade de imprensa.

Jair Bolsonaro, Michelle e Luciano Hang em ato do 7 de Setembro em Brasília.Créditos: Reprodução/Youtube
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As pesquisas eleitorais apontam para grandes possibilidades de se retomar o que deveria ser rotina e foi perdido por um desgoverno, alicerçado nas colunas das fake news e do falso moralismo religioso - sem falar nas denúncias de corrupção que se amontoam sem apuração, das rachadinhas à compra de imóveis com dinheiro vivo ou às questões documentadas pela CPI da Covid. 

Pelas pesquisas, falta pouco para retornarmos à independência e respeito ao povo trabalhador, aos mais pobres; para afastarmo-nos do racismo e da misoginia; voltarmos ao acolhimento às pessoas homoafetivas e a liberdade de imprensa e de opinião, sem confundir o direito à livre expressão com o abuso de poder e com a ofensa gratuita. 

São enormes as chances de se colocar um ponto final na hipocrisia política da falta de transparência com o sigilo centenário, nos lobies pela indústria armamentista e no maldito cercadinho e, assim, o País poder a voltar a viver no respeito institucional, recuperar o reconhecimento internacional,  tarefas de Estado que fazem baixar o preço do feijão, do gás de cozinha e da gasolina, porque trazem a paz e a harmonia à Nação.

Falta pouco. Mas, infelizmente, sempre tem quem prefira escolher os piores caminhos, iludidos ou por má fé, colocando interesses particulares acima do bem comum e do interesse público. Imitar pessoas com falta de ar, morrendo de Covid-19, não parece um traço do perfil de estadista que o País precisa. 

Mandar jornalista calar a boca em debate, não está no caráter de nenhum democrata. Condenar a ditadura porque faltou matar 30 mil, "inclusive o FHC" e imitar o fuzilamento de petistas em comício, está muito longe do perfil dos cristãos apoiadores do que deveriam abominar.

Tudo indica que estamos perto de voltar a um quadro democrático de tranquilidade, sem sustos, sem ameaças de golpes militares. Os números das pesquisas eleitorais apontam para a solução do "problema" já no primeiro turno, dando vantagem consistente a Lula.

Mas, e sempre tem um mas, é preciso que se dê o basta, para afastar de vez todo e qualquer risco. E hoje, creio, que um bom  grito, respeitável - considerando o comício presidencial deste 7 de setembro -, para estimular os eleitores que ainda estão em dúvida não poderia ser outro. Parafraseando Dom Pedro I, às margens do Ipiranga, o eleitor consciente pode gritar aos que ainda estão acreditando numa "terceira via": "Independência ou Brocha?"

*Pedro Fávaro Jr. é diácono permanente da Igreja Católica, Apostólica Romana há 23 anos e jornalista desde 1975. Criou a Imprensa Oficial de Jundiaí em 1978 e o jornal oficial da Diocese de Jundiaí, O Verbo, em 1996. Trabalhou no Jornal da Cidade e Jornal de Jundiai, Diário do Povo e Correio Popular de Campinas, Jornal da Tarde, O Estado de S. Paulo e Agência Estado de Notícias do Grupo Estado, onde atuou por 28 anos.