Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, teve uma rápida passagem por Taiwan onde, de todas as formas, tentou demonstrar apoio norte-americano à “democracia pujante de Taiwan”, além de tecer as famosas críticas ao sistema político da República Popular da China. Na verdade, Nancy Pelosi – apesar de ter cometido um grave delito em matéria de direito internacional – certamente nunca mais será lembrada em qualquer livro de história nos próximos anos. Não se trata de uma estadista e sim de uma digna representante do que existe de mais pobre no seio do imperialismo norte-americano decadente. É uma verdadeira infeliz, ou seja, uma política pequena que mal conseguiu convencer a própria opinião pública dos Estados Unidos sobre essa “visita”.
Ao dizer que os Estados Unidos “nunca abandonaram Taiwan” ela está mentindo da forma mais suja. O imperialismo não pode fazer absolutamente nada por Taiwan a não ser fustigar a tentativa de transformar essa província chinesa em uma colônia norte-americana. Prova disso é que o Exército de Libertação Popular da República Popular da China fez manobras militares e promoveu um verdadeiro cerco naval à província sem nenhuma resposta dos Estados Unidos. Que Nancy Pelosi poderia deixar mais claro que a democracia que ela quer levar para a parte continental da China ou mesmo para Taiwan é a mesma que foi exportada para o Iraque e o Afeganistão.
Dá para acreditar que os Estados Unidos estão preocupados realmente com a “democracia” de Taiwan ou na verdade seu foco de tensão é o fato de a China, ao construir uma competente marinha de guerra, ter plenas condições de exercer seu direito à livre navegação do Mar do Sul da China? Ou seja, os Estados Unidos sabem que não conseguem mais bloquear as linhas marítimas comerciais que abastecem a China naquela região.
Sobre as críticas ao sistema político chinês, mais hipocrisia. Observemos no conjunto. A “democracia” norte-americana permitiu a morte de mais de um milhão de pessoas por Covid-19, mantém a maior população carcerária do mundo, o empobrecimento de milhões de pessoas é um dado sólido da realidade, sua economia está entrando em recessão, a inflação atinge recordes e 48% de sua população acreditam que o país vive uma guerra civil. A China, uma democracia de novo tipo, teve amplo e impressionante sucesso no combate ao Covid-19, contando com a participação de 400 mil voluntários do Partido Comunista da China e eliminou a pobreza extrema no país. Apesar de vários lockdowns e problemas no setor de construção civil, o país deverá crescer 4% enquanto os Estados Unidos ainda não recuperaram o PIB da época anterior à pandemia. Recentemente, os avanços chineses no setor de semicondutores, com a possibilidade de construção, em solo chinês, de chips de sete nanômetros, demonstraram o fracasso retumbante da guerra comercial e tecnológica contra a China.
Afinal de contas, qual democracia funciona e como a China deve reagir a mais essa provocação dos Estados Unidos? Os primeiros dez presidentes dos Estados Unidos eram senhores de escravos, o que denuncia uma verdadeira contra-história do liberalismo e hoje uma verdadeira oligarquia financeira e parasitária toma conta dos destinos daquela nação. A China, desde 1949, alçou ao poder os melhores filhos de seu povo: operários, camponeses e intelectuais. Uma democracia popular que devolveu dignidade ao seu país e povo.
Nancy Pelosi é uma infeliz representante de um país em estado de decomposição. A grande resposta chinesa está em seu futuro. Nem o passado, o imperialismo pode oferecer a si mesmo. Terra de bilionários, ladrões e criminosos internacionais de todo tipo.
*Elias Jabbour é professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FCE-UERJ). Artigo produzido em colaboração com a Rádio Internacional da China.
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum.