Por Egberto Gaspar de Moura e Tatiane Alves Baptista *
Nos seus 70 anos, a UERJ tornou-se uma das melhores universidades do país. Além disso, rompeu as barreiras de uma universidade restrita à cidade do Rio de Janeiro.
Sem deixar de se orgulhar de suas raízes, a UERJ estendeu-se a diversos municípios do Estado, incorporando Instituições ou criando Unidades. Assim, em 1987 foi incorporada a Faculdade de Formação de Professores (FFP), em São Gonçalo, que hoje conta com 2.500 estudantes. No ano seguinte, a UERJ incorporou a Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FBEF), em Duque de Caxias, e em 1993, o Instituto Politécnico do Rio de Janeiro (IPRJ), em Nova Friburgo, trazendo cursos de excelência na área de computação e Engenharia Mecânica e de Materiais. Mais recentemente, em 2002, a UERJ criou a Faculdade de Tecnologia, em Resende, com cursos de Engenharia de Produção, Mecânica e Química. Além das suas unidades de Turismo e Arquitetura em Teresópolis e Petrópolis, respectivamente.
Ao se interiorizar a UERJ não só dá maiores oportunidades à juventude, como possibilita a maior prestação de serviços aos munícipios, melhorando a economia local. Por isso, é tão demandada a sua presença pelos municípios do nosso Estado.
Em 2007, o governo federal criou o REUNI com o objetivo de implantar universidades no interior do Brasil, aumentando em 117% o parque de ensino superior e científico-tecnológico brasileiro. Por outro lado, as universidades estaduais não tiveram o mesmo tratamento e o crescimento ocorrido no período ainda está em fase de consolidação. Um exemplo disso foi a criação do Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (UEZO).
Inaugurada em 2005, a UEZO conta com os cursos de análise e desenvolvimento de sistemas, biotecnologia, gestão da construção naval, polímeros e processos metalúrgicos a fim de trazer desenvolvimento à região visando principalmente ao porto de Itaguaí. Em 2008, foram abertos cursos plenos de farmácia, engenharia de produção, ciências biológicas e ciência da computação. Os docentes da UEZO têm uma formação primorosa, nos melhores centros de pesquisa e ensino do país.
Porém, com tudo isso, a UEZO até hoje não dispõe de um plano de cargos e salários e seus estudantes não dispõem dos mesmos direitos que os estudantes da UERJ e da Universidade do Norte Fluminense (UENF), o que é muito injusto. Vislumbra-se a sua incorporação à UERJ, e com isso, esses direitos já garantidos aos profissionais e estudantes da UERJ seriam estendidos aos da UEZO. Trata-se de uma estratégia de fusão, a exemplo do que foi feito no âmbito do REUNI. Esse grande desafio é também uma imensa oportunidade para a UERJ e UEZO, numa relação de ganha-ganha para as duas instituições, cujo principal beneficiário é o povo do Rio de Janeiro, que passa a ter, numa única organização forte e estável, cursos de excelência em praticamente todas as áreas. Em especial, abre a oportunidade de a UERJ incrementar cursos superiores de tecnologia e de aumentar a sua inserção na Zona Oeste da cidade, sem qualquer prejuízo ao que hoje é feito brilhantemente pela UEZO.
Para que esse processo se concretize, vai ser necessária muita disposição política do governo do Estado, com o apoio da Alerj. Mas, será um avanço para a melhor qualificação das pessoas do nosso Estado, com forte repercussão na economia regional. E que o Governo do Rio possa ressuscitar um REUNI que reúnam os esforços de todas as Universidades e Instituições de pesquisa, em prol do povo do Rio de Janeiro.
*Egberto Gaspar de Moura é professor titular do IBRAG/UERJ.
*Tatiane Alves Baptista é professora associada do IEFD/UERJ.
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.