O Planeta Azul – Interface transforma pensamentos em palavras escritas

Na parceria da Revista Fórum com o canal O Planeta Azul, confira os avanços da ciência para que pessoas com limitações severas de movimento possam escrever de forma ágil

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Por O Planeta Azul

Pela primeira vez, cientistas usaram um sensor implantado para registrar sinais cerebrais associados à escrita à mão. Esses mesmos sinais também são usados para criar texto em um computador. Tudo isso em tempo real.

Os Pesquisadores relataram que um participante, com lesão da medula espinhal cervical, usou o sistema para "digitar" palavras em um computador a uma taxa de 90 caracteres por minuto. Isso é mais do que o dobro do registro anterior para digitação com uma interface entre o cérebro e o computador. O participante tinha apenas que pensar sobre os movimentos das mãos envolvidos no ato de escrever para completar a tarefa.

Este estudo inovador faz parte do projeto BrainGate, da Escola de Engenharia da Brown University, nos Estados Unidos. 

A equipe de pesquisa tem esperança de que esse sistema possa ajudar a restaurar a capacidade das pessoas de se comunicarem após paralisia causada por lesão ou doença. 

Um dos principais objetivos do projeto é restaurar a comunicação rápida e intuitiva dessas pessoas. 

Os cientistas do projeto BrainGate trabalharam por anos em sistemas que permitem às pessoas escrever textos por meio do controle direto do cérebro. 

Versões anteriores conseguiram com que participantes dos testes conseguissem apontar e clicar em letras de um teclado virtual usando o pensamento.  

Esse sistema permitia que um participante digitasse até 40 caracteres por minuto, que era a velocidade recorde anterior.

O novo sistema usa a atividade neural registrada por eletrodos intracorticais junto com modelos de linguagem. Dessa maneira eles conseguem aplicar um software que decodifica como as letras são formadas no cérebro humano, criando um texto rápido e preciso.

Um voluntário do teste, de 65 anos, estava paralisado do pescoço para baixo por uma lesão na medula espinhal. Como parte do teste clínico, foram colocados dois eletrodos minúsculos, do tamanho de uma aspirina, em uma parte de seu cérebro associada ao movimento de seu braço e mão direita.

Usando sinais que os sensores captaram de neurônios individuais quando o homem se imaginou escrevendo, um algoritmo de aprendizado de máquina reconheceu os padrões que seu cérebro produzia com cada letra. Com esse sistema, o homem poderia copiar frases e responder perguntas em um ritmo semelhante ao de alguém da mesma idade digitando em um smartphone.

O sistema é tão rápido porque cada letra tem um padrão de atividade altamente distinto, tornando relativamente fácil para o algoritmo distinguir um do outro, segundo os pesquisadores.

O BrainGate é mais um avanço no crescente campo da tecnologia de interfaces neurais, que tem atraído um grande número de interessados. 

Um deles é Elon Musk. Em reportagem recente, mostramos como um projeto do bilionário americano, a NeuraLink, implantou chips em cérebros de animais para que eles interagissem com aparelhos eletrônicos. 

Agora, a humanidade está dando mais um passo para garantir a comunicação entreis seres humanos, independente de sua condição de saúde.

https://youtu.be/w7AMlm42TRc