Por Afonso Florence *
Pesquisa divulgada neste sábado (6/03) pelo Estadão mostra que numa eleição presidencial 50% votaria em Lula para presidente. O levantamento mediu o potencial de voto de dez possíveis candidatos nas eleições presidenciais de 2022.
Bolsonaro aparece atrás de Lula, com 38% de intenção de votos e 56% de rejeição, Sérgio Moro tem 31% de intenções de voto, Luciano Huck 28%, Fernando Haddad 27%. Ciro Gomes 25%, Marina Silva 21%, Luiz Henrique Mandetta 15%, João Doria 15% e Guilherme Boulos 10%.
Assim como nos meses que antecederam às últimas eleições gerais, em 2018, os próximos dois semestres serão decisivos para definição da correlação de forças entre os projetos que disputam disputa a hegemonia política eleitoral no Brasil.
De um lado, a extrema direta, liderada por Bolsonaro, com apoio do DEM e partidos de extrema direta, que sugou o centro depois do golpe de 2016; do outro, o projeto democrático e popular liderado pelo PT, Lula e Haddad, composto por partidos de esquerda e movimentos sociais democráticos.
Tanto naquela oportunidade, como agora, a maioria do eleitorado brasileiro quer o retorno do presidente Lula, e um governo de esquerda para o Brasil.
Às vésperas das Eleições de 2018, Moro e um grupo de procuradores, juízes e delegados da PF, cometeram inúmeros crimes com o objetivo de impedir Lula de ser candidato e eleger Bolsonaro. Anteriormente, tinham trabalhado para derrubar Dilma e criminalizar o PT.
Os governos Temer e Bolsonaro são resultados da ação de Moro e seus sócios, do golpe de 2016. O objetivo é desmontar as conquistas econômicas e sociais do Brasil, resultantes da Constituição cidadã, de 1988, e dos governos do PT, que a transformou em políticas públicas, para destinar o orçamento público para o pagamento da dívida, para os banqueiros.
Agora, às vésperas de 2022, Bolsonaro tenta acelerar o desmonte das políticas públicas e direitos conquistados nos governos do PT com base na constituição de 88, com a aprovação da PEC 186/19. O governo diz que o objetivo é garantir o auxílio emergencial. É mentira!
A PEC diz que o governo só vai poder gastar R$ 44 bilhões com o auxílio emergencial, quando em 2021 gostou cerca de R$ 168 bilhões. E, não estipula o valor do auxílio. Ano passado foi R$ 600 reais, quando o governo só queria R$ 200. Agora, o governo fala em pagar R$ 250. Nós do PT defendemos o auxílio de R$ 600 enquanto durar a pandemia.
O PT tem colocado a vacinação e o auxílio emergencial no centro do debate, junto com garantia de mais leitos de UTIs, políticas para geração de emprego e renda, e mais Bolsa Família. Como são temas que farão toda a diferença na qualidade de vida do povo brasileiro, e para serem conquistados dependem de um derrota política de Bolsonaro, precisamos organizar a luta popular.
O resultado dessa disputa poderá alterar a correlação de forças, em favor do bloco democrático e popular, para 2022. A prioridade da conjuntura é a mobilização popular pelo auxílio emergencial e pela vacinação, e contra a PEC 186/19.
Essa conjuntura deve alavancar a campanha pelo impeachment já! Fora Bolsonaro!
*Afonso Florence é deputado federal (PT) e vice líder da oposição.
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.