Por Solange Massari *
O Brasil encerra 2020 com uma taxa de desemprego média de 13,5%, a maior da série histórica do IBGE, iniciada em 2012 (7,4%). Segundo a divulgação, no dia 26 de fevereiro de 2021, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, no ano de 2020, o país ficou com 13,415 milhões de desempregados, a 840 mil a mais do que em 2019, e fechou 7,336 milhões de postos de trabalho (-7,9%).
Com uma perda acima de 7 milhões de vagas, o Brasil apresenta uma queda na ocupação de 86,053 milhões, menor quantidade da série. É silenciosa e, para quem não está nela, é invisível. Se olharmos os dados do IBGE, veremos que o número de pessoas com a velha carteira de trabalho assinada teve uma queda de 7,8%, ou seja, temos menos 2,6 milhões de pessoas com registro num universo de 30,625 milhões, e se observarmos o número de trabalhadores domésticos, a situação é pior ainda, pois temos um recorde de 19,2%, para 5,050 milhões – perda de 1,2 milhão.
A situação é caótica e o atual governo não busca medidas que possam contribuir para a saída dos impactos causados no País. O auxilio emergencial não suprirá a fome de milhares de famílias, a falta de uma politica que facilite a obtenção de créditos está longe de ser algo eficiente e o caos na saúde é a pior realidade do país.
A crise sanitária levou o mundo, principalmente o Brasil, a vivenciar uma dura crise social e econômica. Aqui, vivemos com o aumento constante nos preços da cesta básica e do gás, e essa consequência faz com que haja famílias tendo apenas uma refeição por dia e outras sem ao menos consumir do arroz.
A crise social, a miserabilidade de milhares de famílias e indivíduos e as consequências da desigualdade social agravada pela Covid-19 deverá ser a principal pauta a ser discutida, e infelizmente, por um período maior do que o esperado.
O prejuízo social é inevitável e será em longo prazo, pois teremos que pensar na quantidade de pessoas desempregadas, nas famílias traumatizadas devido à perda de seus entes queridos, o impacto social em relação às crianças e jovens que não tiveram oportunidade de permaneceram estudando, devem ser um chamado à consciência de todas e todos que se sentem com responsabilidade de fazer o Brasil voltar um dia a ser feliz.
*Solange Massari é mestre em Serviço Social e defensora dos direitos humanos.
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.