Por Isa Penna*
O PSOL saiu de suas prévias internas, realizadas nos dias 18 e 19 de julho, com enorme vitalidade política. A votação mobilizou a base partidária, animou o conjunto da militância progressista do país e teve ampla repercussão nas redes e na imprensa. Em meio às medidas de distanciamento social, cerca de 2.500 militantes participaram do processo e a maioria indicou Guilherme Boulos e Luiza Erundina para disputar a Prefeitura de São Paulo.
Agora o partido possui uma grande responsabilidade: representar a esquerda na maior cidade do país. Para tanto, vamos dialogar com movimentos sociais, intelectuais, artistas e todas e todos que querem enfrentar o neofascismo, propondo uma verdadeira revolução solidária.
Boulos e Erundina são um sopro de esperança na atual conjuntura e possuem a capacidade de reoxigenar a esquerda em São Paulo. Além de estarem abertos aos novos debates e lutas que mobilizam milhões no Brasil e no mundo, energizam a militância de esquerda que há décadas luta por mais democracia e mais direitos.
A trajetória de luta de Guilherme Boulos pelo direito à cidade e por acesso à moradia é referência nacional, e Luiza Erundina foi a melhor prefeita que São Paulo já teve: ampliou serviços públicos essenciais, enfrentou a máfia dos transportes e construiu uma gestão profundamente democrática com muita mobilização e participação popular.
Hoje nossos desafios são imensos. Nesses tempos de pandemia descontrolada o desemprego aumentou, a exploração do trabalho se intensificou, e a violência doméstica se tornou mais frequente, assim como as incursões policiais nas quebradas que resultam em violência contra moradores e no aumento da letalidade policial. Em resumo, a já escandalosa desigualdade brasileira recrudesceu e se tornou ainda mais mortal.
A pandemia questiona a todas e todos sobre quem somos e o que queremos como sociedade, e nós estamos disputando a sociedade que queremos com aqueles que banalizam o mal. Banalizam o mal porque pouco se importam com a marca de mais de mil mortos por dia por Covid -19 e com o total de mais de 90 mil mortes no país, em sua maioria pessoas negras, indígenas e periféricas.
O atual cenário evidencia a necessidade urgente de construção de um programa político capaz de reduzir a desigualdade social e enfrentar a herança colonial, escravocrata, homofóbica, transfóbica, machista e patriarcal da sociedade brasileira, que negue o neofascismo e aponte caminhos para derrotá-lo.
Nosso projeto de sociedade é construído pelas mãos das periferias, das mulheres, das negras e negros, da população LGBTQIA+, da população sem-teto, das pessoas com deficiência, dos povos indígenas, e de todas e todos que acreditam que “nada é natural, nada deve ser impossível de mudar”.
Agora é a hora da mudança! Venha você também a ajudar a construir a Revolução Solidária!
*Isa Penna é deputada estadual pelo PSOL-SP
*Esse artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum.