AMEAÇA À DEMOCRACIA

DataFórum: Eduardo Bolsonaro causa revolta no Twitter ao comparar professores com criminosos

Na comunidade progressista, inúmeras homenagens foram prestadas a Marcelo Arruda em virtude de o seu assassinato ter completado um ano

DataFórum: Eduardo Bolsonaro causa revolta no Twitter ao comparar professores com criminosos.Créditos: Instagram
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Levantamento DataFórum desta segunda-feira (10) mostra que o discurso de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), durante a manifestação pró-armas realizada neste domingo (9), onde afirmou que professores são mais perigosos que traficantes.

"Prestem atenção na educação dos filhos. Tirem um tempo para saber o que eles estão aprendendo nas escolas, não vai ter espaço para professor doutrinador tentar sequestrar nossas crianças. Não há diferença entre um professor doutrinador e um traficante de drogas, que tenta sequestrar e levar nossos filhos para o mundo do crime. Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior, porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa", declarou Eduardo Bolsonaro.

Horas após a fala de Eduardo Bolsonaro, dezenas de internautas e parlamentares reagiram à fala do deputado, que é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na manhã desta segunda-feira (10), o ministro da Justiça, Flávio Dino, também reagiu e revelou que determinou que a Polícia Federal (PF) apure se houve crime nas falas de Eduardo Bolsonaro.

Em entrevista à Fórum, Flávio Dino analisa o que foi dito por Eduardo Bolsonaro e aponta que ele pode ser enquadrado por "enaltecer traficantes" e incitar crime (ataque às escolas e professores).

No campo da comunidade progressista, inúmeras homenagens foram prestadas a Marcelo Arruda, que foi assassinado há um ano por um militante bolsonarista.

A extrema-direita teve 45% das menções no Twitter, enquanto os progressistas tiveram 36% das citações.

Foram analisados 125.811 tweets lulaoficial, @lulaoficial, jairbolsonaro, @jairbolsonaro, lula, bolsonaro, @ptbrasil, ptbrasil, @plnacional_, plnacional_


  

Extrema direita

Bolsonaro foi retratado como um lutador contra o establishment, perseguido pelo sistema, mas que resiste na vida política. 

 

 

O ex-presidente voltou a fazer propaganda de seu governo, como se ainda fosse presidente, mas também criticou o governo Lula, afirmando que o atual governo está aumentando a carga tributária e ainda defendeu impostos mais baixos para os mais ricos, criticando o imposto progressivo sobre heranças.

 

 

Houve reclamação sobre os parlamentares do PL que votaram a favor da Reforma Fiscal, e circulou a informação sobre as queimadas na Amazônia e no Cerrado.

 


Progressistas

Entre os progressistas, o destaque foi o aniversário de 1 ano do assassinato de Marcelo Arruda por um fanático bolsonarista, com diversos influenciadores relembrando os estímulos de Bolsonaro à violência política contra petistas, sendo relembrada a frase "vamos fuzilar a petralhada". 

Campos Neto foi novamente criticado, juntamente com setores da mídia que ainda o defendem, afirmando que ele é o responsável pela melhora na economia. Houve ironia com a fala preconceituosa de Carlos Alberto da Nóbrega, e foi divulgada a informação de que Lula foi o presidente que mais criou universidades na história recente. 

Ainda houve bastante indignação com a declaração de Eduardo Bolsonaro, afirmando que há professores piores que traficantes.

 


Ultraliberais

Repercutiu o editorial do Estadão, chamando Bolsonaro de "nanico moral e político", e Kim Kataguiri teve que explicar seu voto a favor da reforma tributária, que foi criticada por bolsonaristas, afirmando que o deputado foi "comprado" com emendas do governo Lula. 

Apesar das defesas de que Kim não foi "comprado", neste grupo, diversas pessoas acusaram o governo de compra de votos através de emendas parlamentares. 

Influenciadores que opinam sobre economia atribuíram o bom momento da economia à atuação de Campos Neto, desconsiderando as ações do governo Lula, ou até afirmando que elas são perniciosas.


Humor

Neste grupo, foram feitas piadas em tom positivo com Lula e em tom negativo com Bolsonaro, que foi representado como uma figura tóxica e indesejável. 

Também houve defesa da posição moderada de Lula, afirmando que ele não pode radicalizar, pois atrairia a ira de setores poderosos da sociedade e poderia ser derrubado.