BASTIDORES

DataFórum: na mira do Centrão, Nísia Trindade, ministra da Saúde, recebe apoio maciço nas redes

A campanha de arrecadação de PIX para Bolsonaro motivou muitas chacotas, com diversos influenciadores lembrando os momentos mais vexatórios do bolsonarismo

DataFórum: na mira do Centrão, Nísia Trindade, ministra da Saúde, recebe apoio maciço nas redes.Créditos: Ricardo Stuckert
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O levantamento DataFórum desta segunda-feira (26) revela que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, recebeu um amplo apoio nas redes sociais em defesa de sua permanência na pasta, após ser alvo do Centrão.

A pressão contra Nísia Trindade teve início quando o governo Lula (PT) quase perdeu o prazo de votação da Medida Provisória que estabelecia a organização dos ministérios da nova gestão federal.

Em meio a uma suposta crise entre a articulação do governo federal e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), alguns veículos de imprensa sugeriram que o nome de Nísia Trindade estava em discussão. Ou seja, teria havido um pedido para que ela votasse alinhada com o governo de Lira em troca do Ministério da Saúde.

Tanto o presidente da Câmara quanto o presidente Lula negaram que o nome de Nísia Trindade tenha sido discutido em algum momento. Lira, por mais de uma vez, enfatizou que nunca houve um pedido para assumir o Ministério da Saúde.

Além da campanha em defesa da permanência de Nísia Trindade no Ministério da Saúde, também houve repercussão em torno da campanha de Pix para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os apoiadores de Jair, conhecidos como "patriotas", foram alvo de piadas.

As menções no Twitter foram dominadas pela extrema direita, que representou 51% das citações, enquanto os progressistas e a comunidade pop somaram 41% das menções.

Foram analisados 234.635 tweets a partir das tags lulaoficial, @lulaoficial, jairbolsonaro, @jairbolsonaro, lula, bolsonaro, @ptbrasil, ptbrasil, @plnacional_, plnacional_ 

 


Extrema direita

Na extrema direita, a campanha de arrecadação para Bolsonaro via PIX foi festejada como uma demonstração de força política do grupo. 

Bolsonaro, mais uma vez, fez propaganda positiva do seu governo, destacando a transposição do São Francisco, e criticou a reforma tributária, afirmando que o PT irá aumentar a carga tributária. 

Influenciadores bolsonaristas afirmaram que Lula ficou hospedado em um hotel de luxo na França, em instalações suntuosas. Lula foi hostilizado com ofensas e o discurso de campanha argumentou que ele não poderia sair às ruas.

 


Progressistas 

Lula divulgou os avanços recentes do seu mandato, além de sua viagem para a Europa, retomando o protagonismo do Brasil no cenário internacional. 

Houve uma campanha de defesa de Nísia Trindade, acompanhada da divulgação das realizações do Ministério da Saúde e de críticas ao "centrão", que tenta desestabilizar a Ministra. Influenciadores relembraram a catástrofe humanitária que foi o governo Bolsonaro e resgataram a alegria do momento do anúncio da vitória de Lula nas eleições. 

Circulou bastante um vídeo relembrando os momentos mais bizarros de bolsonaristas passando vergonha após a derrota eleitoral.

 


Cultura pop / pró-Lula

Repercutiu bastante um vídeo de uma blogueira elitista, que se reconhece como parte da elite e afirma que não teria se tornado uma influenciadora se seus pais não fossem ricos. 

Neste grupo, foram relembrados momentos vexatórios do bolsonarismo mais fanático, e os internautas ironizaram a arrecadação de PIX promovida pelos bolsonaristas. 

Também houve comparação de preços antes e depois do governo Bolsonaro.

 


Direita ultraliberal

Neste grupo, Lula foi hostilizado com desinformação, alegando que parentes de Lira estariam sendo empregados em uma estatal ligada ao Governo Federal.

 Lula também foi atacado, sendo descrito como um populista que engana seus eleitores e privilegia relações com "ditadores" socialistas. 

A mídia liberal foi acusada de aderir ao lulismo por ter elogiado a performance de Zanin na sabatina de sua indicação ao STF. Bolsonaro também foi alvo de críticas, afirmando que ele foi responsável pelo retorno de Lula à Presidência e que seu "combate à corrupção" não passou de propaganda. A arrecadação de PIX por aliados do ex-presidente foi motivo de piada.