Levantamento DataFórum desta quinta-feira (18) mostra que a extrema direita articula uma nova fake news para atacar o governo Lula. Trata-se de transformar o comediante Léo Lins, que foi condenador pela Justiça a retirar do YouTube espetáculo de 2022 por conter piadas racistas, machistas e contra pessoas com deficiência.
Mas, de que maneira a horda bolsonaristas pretende usar Léo Lins para atacar o governo federal? Articula-se a narrativa de que o humorista é a nova vítima de uma suposta "ditadura articulada entre o judiciário e o PT". Ainda que absurda, cabe destacar o potencial que a extrema direita possui em espalhar tais desinformações e produzir desgastar à gestão federal.
A cassação do mandato de Deltan Dallagnol (Podemos-PR) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) continuou como um dos principais assuntos da comunidade progressista. Foi destacado o fato de que ministros do TSE nomeados pelos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro votaram pela cassação de Deltan.
O ex-procurador da Lava Jato realizou uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (17). Revelou que vai ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a sua cassação, se comparou a Jesus Cristo e virou piada nas redes.
A extrema direita obteve 49% das menções no Twitter. A comunidade progressista teve 39% das citações.
Foram analisados 273.183 tweets a partir das tags lulaoficial, @lulaoficial, jairbolsonaro, @jairbolsonaro, lula, bolsonaro, @ptbrasil, ptbrasil, @plnacional_, plnacional_
Extrema direita
Queixas e reclamações sobre a cassação de Dallagnol dominaram as postagens de maior alcance entre os bolsonaristas.
Atribuiu-se a Lula a "censura" ao humorista Leo Lins, que cometeu crime de racismo e teve seu vídeo retirado das redes pela justiça.
Outra desinformação de alta circulação é de que Bolsonaro não usou o cartão corporativo, pois sua unidade pessoal não teria sido validada, como se outros servidores não pudessem custear os gastos do ex-Presidente.
Circulou a informação de que o governo Lula custeou a Feira da Reforma Agrária, afirmando que o Presidente apoia o movimento.
Progressistas
A cassação de Deltan Dallagnol continuou com forte repercussão na comunidade progressista, com influenciadores comemorando o fato, enquanto outros internautas relembram a composição do TSE para mostrar que ministros nomeados por Bolsonaro e Temer votaram a favor da cassação.
Também teve bom alcance a viagem de Lula para participar da reunião do G7. A oposição foi acusada de não querer mais a CMPI do Golpe, tendo recuado por medo de ser desvendada a trama golpista, e circulou bastante a informação de que Bolsonaro planejava prender Lula.
Direita liberal
Ex-bolsonaristas condenaram os atuais bolsonaristas por defenderem Deltan Dallagnol, sendo acusados de hipocrisia, pois os ministros indicados por Bolsonaro votaram a favor da cassação.
Bolsonaro também foi criticado por não ter sido decente como conservador na Presidência da República, sendo atribuído a ele o fim da Lava Jato.
Oposição de esquerda
Neste grupo, Lula foi criticado em relação ao arcabouço fiscal e também por uma fala confusa sobre a lei de acesso à informação, fazendo alusão a um estupro de uma criança de 11 anos.
Também foi atribuída a Lula a "censura" ao humorista Leo Lins, que cometeu crime de racismo em forma de piada.