Terceira maior cidade da França, Lyon, a cerca de 470 km ao sul de Paris, combina maravilhas arquitetônicas, uma história milenar e uma das cenas gastronômicas mais fascinantes da Europa.
Fundada em 43 a.C. como uma colônia romana em uma colina gaulesa, Lyon surgiu em um ponto estratégico entre as principais estradas da Gália romana, região habitada por tribos celtas e aquitanas que se estendia pela atual França, Bélgica, Suíça, norte da Itália e oeste do Reno. A cidade se tornou rapidamente um centro comercial e de feiras, e, ao fim da Idade Média, consolidou-se como importante polo bancário francês.
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Durante o Renascimento, destacou-se pelo comércio de seda com a Itália, e, no século XIX, transformou-se em uma cidade industrial. O centro histórico de Lyon, reconhecido como Patrimônio Mundial pela UNESCO desde 1998, guarda mais de dois milênios de história — com bairros erguidos sobre passagens estreitas e construções que remontam ao século IV.
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O reconhecimento gastronômico de Lyon teve impulso no século XIX, quando sua produção local de queijos, vinhos, cervejas, bolos e carnes começou a atrair turistas, impulsionados pelos avanços dos transportes. Hoje, a cidade ostenta o título de capital gastronômica da França, com nada menos que 18 chefs estrelados pelo Guia Michelin, o mais prestigiado do mundo. A França, por sinal, é o país com o maior número de estrelas do guia.
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No início do século XX, a decadência da indústria da seda levou a cidade a redescobrir e valorizar sua vocação gastronômica, com uma culinária intimamente ligada à geografia da região: ao norte, as áreas de Dombes e Beaujolais oferecem pescados de água doce, como carpas, além de vinhos tintos leves e aromáticos; ao sul, nos arredores do Vale do Ródano — rio que nasce nos Alpes suíços e deságua no Mediterrâneo —, encontram-se azeites, frutas como damascos e cerejas, e uma culinária de influência mediterrânea; ao leste, próximo aos Alpes, prevalece a tradição das carnes de caça e a produção de queijos de altitude, como os tommes, feitos com leite de vaca, ovelha ou cabra; e, nos planaltos do oeste, pratos típicos combinam carnes bovinas e suínas com grãos, como lentilhas, em ensopados encorpados.
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Lyon reúne uma vibrante cena de restaurantes e bistrôs no centro histórico, além de produções artesanais espalhadas pelos arredores, ideais para quem deseja explorar rotas gastronômicas com hospedagens próximas às áreas produtoras.
Restaurantes premiados pelo Guia Michelin estão acessíveis mediante reservas e oferecem experiências culinárias memoráveis. Entre eles, destaca-se o Brasserie Le Nord, do lendário chef Paul Bocuse, único da França a manter três estrelas Michelin por décadas; ou o Le Mercière, com ambiente rústico e pratos típicos da culinária lionesa a preços acessíveis.
Para quem deseja explorar o melhor da alta gastronomia local, vale consultar os 94 restaurantes listados pelo Guia Michelin na região de Lyon. A lista completa pode ser acessada neste link.