A culinária mundial está repleta de iguarias que, para um paladar menos acostumado, podem parecer um pouco... estranhas. É o caso do consumo de "formigas" na culinária originária do México, ou de um animal ainda fresco — tão fresco que ainda se move — na culinária sul-coreana. Ou, talvez, um turista não tivesse coragem de comer um feto quase-desenvolvido de pato cozido nas Filipinas. Mas o que é o ovo, no fim das contas?
Se você ainda não conhecia, aqui vão alguns dos pratos mais questionáveis (se você quiser considerar assim) da culinária mundial, que talvez sejam demais para alguém acostumado com uma gastronomia café-com-leite.
Te podría interesar
Escamoles (México)
Conhecidas como “o caviar mexicano”, as escamoles são larvas e pupas de formigas comestíveis, especificamente da espécie Liometopum apiculatum, que vivem em raízes de plantas como o agave.
Esse ingrediente ancestral é consumido há séculos por povos indígenas do México e ainda hoje é valorizado na alta gastronomia do país. Com uma textura amanteigada e sabor que lembra nozes ou milho tostado, as escamoles são especialmente populares na região central do México, incluindo os estados de Hidalgo, Tlaxcala e Cidade do México.
Costumam ser preparadas salteadas na manteiga com alho e especiarias, e servidas em tacos, omeletes ou acompanhadas de guacamole. Devido à dificuldade de coleta e sazonalidade, já que a colheita ocorre principalmente entre março e abril, são um ingrediente caro e respeitado, e muitas vezes reservado para ocasiões especiais.
Sannakji (Coreia do Sul)
Poucas experiências gastronômicas são tão intensas quanto comer algo que ainda se move no prato.
O sannakji, um prato típico da culinária sul-coreana, é feito com pequenos polvos (nakji) que são cortados em pedaços e servidos imediatamente. No prato, eles se contraem porque, tão frescos assim, ainda têm uma pequena atividade nervosa residual.
É tradicionalmente servido com óleo de gergelim e sementes, e é preciso tomar cuidado ao comer, porque as ventosas do polvo também são pegajosas e podem "grudar" na boca.
Te podría interesar
Você pode encontrar essa iguaria facilmente em barraquinhas de mercados típicos de frutos do mar, como o Noryangjin, em Seul.
Hákarl (Islândia)
Créditos: Wikipedia.
O hákarl, de visão pouco apetitoso, é um prato tradicional islandês feito com a carne do tubarão-da-Groenlândia (um peixe que, em estado fresco, é tóxico para os seres humanos devido ao alto teor de ureia e óxido de trimetilamina).
Antes de ser consumido, o tubarão-da-Groenlândia precisa passar por um processo peculiar de fermentação: a carne é enterrada por semanas em buracos rasos de areia ou cascalho, onde fermenta naturalmente, e depois é pendurada para secar por meses.
O resultado é uma carne um pouco malcheirosa — com um odor frequentemente comparado à amônia ou à urina —, de sabor forte e, digamos, persistente.
Considerado um símbolo nacional, o hákarl é tradicionalmente servido em pequenas porções durante festivais como o Þorrablót, onde é acompanhado por um gole de brennivín, um tipo de aguardente local.
Casu Marzu (Itália)
Créditos: Wikipedia
Na Sardenha, o queijo casu marzu, cujo nome significa “queijo podre” em dialeto sardo, é uma antiguidade. O que o torna mundialmente conhecido também é seu método de fermentação: o queijo pecorino é "recheado" com larvas vivas da mosca do queijo (Piophila casei), que aceleram a decomposição da gordura e contribuem para deixar o queijo mais cremoso e com um gosto bem pronunciado, que não é para qualquer um.
As larvas podem, inclusive, saltar do queijo quando perturbadas, e o consumo tradicionalmente se dá com os vermes ainda vivos, o que provoca reações fortes em quem experimenta pela primeira vez. Apesar de ser, tecnicamente, ilegal pelas normas sanitárias da União Europeia, o casu marzu é consumido clandestinamente por locais e admiradores, e servido em casamentos e festas.
Balut (Filipinas)
Créditos: Wikipedia
Talvez o mais polêmico da lista, o balut é um ovo fertilizado de pato, com um embrião parcialmente desenvolvido, que é cozido e consumido inteiro, direto da casca: caldo, gema e o embrião.
Comum nas Filipinas, no Vietnã e no Camboja, o balut é um lanche de rua vendido em carrinhos e incrementado com sal, vinagre e pimenta. O costume remonta ao período colonial asiático e é repleto de simbolismo: acredita-se que o balut seja uma iguaria nutritiva, afrodisíaca e revigorante, e é consumida por trabalhadores e atletas como fonte de energia.
Apesar do impacto visual, o sabor é muitas vezes descrito como suave, e diz-se que ele se assemelha a um "ovo cozido com caldo de frango".