ABSURDISMO

Albert Camus: cinco livros para conhecer a filosofia do pai do absurdismo

O escritor franco-argelino é uma das figuras mais importantes da filosofia no século XX

Allbert Camus
Allbert CamusCréditos: Wikimedia Commons
Escrito en CULTURA el

Albert Camus, Nobel de Literatura em 1957, desenvolveu uma das filosofias mais impactantes do século XX: o absurdismo. Sua obra literária e filosófica explora temas como o sentido da vida, a revolta e a condição humana em um universo indiferente.

A biografia de Camus se inicia na Argélia colonial, onde o escritor viveu em uma infância paupérrima. Depois, foi para a França, onde doutorou-se em Santo Agostinho — também nascido no território atual argelino. Ficou conhecido por sua luta na resistência contra o nazismo na França e por sua proximidade dos círculos existencialistas.

Foi um crítico do socialismo soviético — motivo pelo qual rachou com Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir — e se colocou como neutro na Guerra de Independência da Argélia, que não viu ser concluída. Faleceu em 1960 deixando um legado político complexo e uma contribuição única para a filosofia, literatura e para o teatro.

Conheça os cinco livros fundamentais para entender o pensamento de Albert Camus:

  1. O Estrangeiro (1942)

    Considerada a obra-prima de Camus, este romance apresenta Meursault, um homem que comete um crime aparentemente sem motivo. A narrativa seca e direta reflete a indiferença do protagonista perante a vida e as convenções sociais. Através desta história, Camus explora o absurdo da existência humana e a falta de sentido intrínseco nas ações humanas. O livro ainda inspirou a música 'Killing an Arab', o primeiro hit da banda britânica The Cure.

  2. O Mito de Sísifo (1942)

    Este ensaio filosófico é a expressão mais clara do absurdismo camusiano. Partindo do mito grego de Sísifo, condenado a empurrar uma pedra montanha acima eternamente, Camus desenvolve sua visão sobre como enfrentar um mundo sem sentido. A famosa conclusão - "É preciso imaginar Sísifo feliz" - sintetiza sua proposta de revolta e liberdade diante do absurdo.

  3. A Peste (1947)

    Neste romance alegórico, Camus narra a chegada de uma peste à cidade de Orã, na Argélia. Através dos personagens que enfrentam a epidemia de formas diferentes, o autor explora temas como a solidariedade humana, o mal e a resistência diante do sofrimento. Muitos interpretam a peste como metáfora do fascismo e dos males do século XX.

  4. A Queda (1956)

    Neste romance filosófico em forma de monólogo, acompanhamos as confissões de Jean-Baptiste Clamence, um ex-advogado parisiense que agora se confessa a um desconhecido em um bar de Amsterdã. Através desta narrativa intensa, Camus examina temas como culpa, hipocrisia social e a impossibilidade de juízo moral absoluto.

  5. O Homem Revoltado (1951)

    Nesta obra filosófica ambiciosa, Camus analisa o conceito de revolta ao longo da história, desde as revoltas metafísicas até as políticas. Criticando tanto o niilismo quanto os totalitarismos, Camus propõe uma revolta que preserve a dignidade humana e os limites morais. Este ensaio marcou seu rompimento público com o existencialismo sartriano.

Estas cinco obras traçam um panorama completo do pensamento de Albert Camus, desde sua formulação do absurdismo até sua filosofia da revolta.

Seja através da ficção ou do ensaio filosófico, Camus nos convida a confrontar as grandes questões da existência com honestidade e coragem.

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