LUTO NA MÚSICA

Morre Antônio Barros, lenda do forró nordestino, aos 95

Antônio Barros compôs sucessos como "Homem com H", "Bate Coração" e "Procurando Tu"; obra foi tombada como Patrimônio da Paraíba

Antônio Barros e Cecéu.Créditos: Agência Paraíba
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O Brasil se despede de um de seus maiores compositores populares. Morreu neste domingo (6), em João Pessoa (PB), o cantor e compositor paraibano Antônio Barros, aos 95 anos. Autor de mais de 700 músicas que marcaram gerações, ele ficou eternizado por sucessos como “Homem com H”, “Bate Coração”, “Procurando Tu” e “Forró do Xenhenhém”.

Antônio Barros enfrentava o Mal de Parkinson e estava internado desde o início do ano após complicações causadas por broncoaspiração – quadro comum em pacientes com a doença. O velório acontece neste domingo, às 13h, no Cemitério Parque das Acácias, em João Pessoa. O enterro será às 17h.

A trajetória de Antônio Barros

Nascido em 1930 na cidade de Queimadas (PB), Barros teve os primeiros contatos com a música ainda criança, aprendendo violão e pandeiro com um parente. Estudou no Grupo Escolar José Tavares, a primeira escola da cidade, e anos depois migrou para Campina Grande e, mais tarde, para o Rio de Janeiro.

No Rio, recebeu apoio de Jackson do Pandeiro, que foi decisivo para sua inserção no meio artístico. Mas foi em Campina Grande que sua vida tomaria novo rumo ao conhecer Mary Maciel Ribeiro, a Cecéu, com quem formaria uma das duplas mais importantes da história do forró.

A parceria entre Antônio Barros e Cecéu foi além da vida amorosa. Juntos, compuseram e interpretaram centenas de músicas que se tornaram parte da identidade cultural nordestina. Embora tenham lançado também um disco de música romântica sob o nome Tony e Mary, foi no forró que encontraram sua maior expressão artística.

Gravadas por artistas como Luiz Gonzaga, Elba Ramalho, Ney Matogrosso, Gilberto Gil, Alcione, Marinês e Fagner, as canções da dupla conquistaram o país. Clássicos como “Por Debaixo dos Panos”, “Óia Eu Aqui de Novo” e “Forró do Poeirão” continuam presentes nos festejos juninos e celebrações populares.

Em 2021, a Assembleia Legislativa da Paraíba aprovou uma lei que reconhece a obra de Antônio Barros e Cecéu como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado. A iniciativa, da então deputada Estela Bezerra, justificou que o casal representa “a própria essência do povo nordestino”.

O reconhecimento institucional veio somar-se às inúmeras homenagens que Barros recebeu em vida, incluindo festivais, feiras culturais e coletâneas musicais que celebraram seu talento e originalidade.

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