CARRO

Tamanho é documento? Preferência por carros de luxo pode ter “relação fálica”, afirma estudo

Um estudo realizado com 195 homens entre 18 e 74 anos relacionou a preferência por carros esportivos de luxo entre os homens com algo um tanto íntimo: a percepção que tinham do tamanho de seu órgão sexual

Homem e carro.Créditos: Pixabay
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Um estudo realizado com 195 homens entre 18 e 74 anos, coordenado por pesquisadores do Departamento de Psicologia Comportamental da Universidade College London, na Inglaterra, relacionou a preferência por carros esportivos entre os homens com algo um tanto íntimo: a percepção que tinham do tamanho seus órgãos sexuais.

Aparentemente, há uma correlação, afirmam Daniel C. Richardson, John S. Hogan e Joseph T. Delvin, responsáveis pela condução do experimento, cujos resultados foram compartilhados em publicação prévia na revista de psicologia PsyArXiv sob o título "Pênis pequenos e carros rápidos: evidência para uma ligação psicológica" (em tradução livre). 

De acordo com os cientistas, os participantes do estudo foram levados a crer que tinham um pênis "relativamente pequeno ou grande", de acordo informações "manipuladas" sobre os tamanhos médios dos órgãos íntimos de outros homens. Alguns foram levados a crer que seus órgãos sexuais eram menores que a média (de acordo com médias 'falsas'); outros, que estavam acima do padrão.

Depois, pediu-se aos homens que eles avaliassem carros esportivos como mais ou menos desejáveis caso pensassem que seus pênis fossem menores do que a média estabelecida. 

"Para homens com idades maiores que 29 anos", diz o artigo, "a relação entre o efeito de um menor tamanho peniano e o desejo por carros esportivos foi maior". 

A tese sustentada pelos autores é a de que o desejo por carros esportivos de luxo pode exercer, no ideário masculino, o mesmo efeito da "cauda de pavão", conceito darwiniano que expressa o mecanismo evolutivo da seleção sexual de parceiros pelas fêmeas — que mostra como as fêmeas tendem a escolher machos com "caudas mais exuberantes". 

Assim, "uma exibição de recursos cujo fim é puramente competir e atrair parceiros" equivaleria à posse de itens de luxo como carros esportivos, especialmente apelativos para homens mais velhos, e que os levam a crer que podem se tornar mais atraentes para a vista do sexo oposto. 

"Nossa hipótese primária era que as classificações de carros esportivos aumentariam quando os participantes do sexo masculino fossem levados a acreditar que seus pênis eram relativamente pequenos", prossegue o estudo, que também testou uma segunda hipótese: aquela que media a relação entre a autoestima dos homens de forma geral, isto é, à parte o tamanho do pênis, e a posse de bens de luxo e bens comuns. Mas essa segunda hipótese não obteve resultado significativo.

Foi especificamente o tamanho do pênis aquilo que "teve uma conexão com a autoestima masculina muito mais forte do que os outros fatores considerados no experimento", reportam os autores. Mas restaram algumas dúvidas: se eles manipulassem dados sobre outros aspectos "igualmente significativos", como a inteligência ou a riqueza dos homens, teriam obtido efeito semelhante na classificação dos produtos de luxo?

E qual seria a relação específica entre os carros e a psique masculina? Por que os homens preferem carros a outros bens de luxo?

"A hipótese [de que há uma ligação entre carros e pênis na psique masculina] é apoiada pelos dados do estudo, e explicaria a existência do discurso do tropo do carro fálico em piadas cotidianas, anúncios e discursos acadêmicos". 

O estudo concluiu que, para pessoas abaixo dos 29 anos, não houve um efeito significativo entre o tamanho peniano e a preferência por carros de luxo; mas, entre a amostra acima dos 30, os homens demonstraram "fortes evidências", em se tratando de grupos de pênis pequenos e grandes, com aqueles cuja autopercepção era de tamanhos abaixo da média optando pelos modelos esportivos de luxo.

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