Após o jornal The New York Times e a revista Vanity Fair, a revista Variety também apontou Fernanda Torres como provável vencedora do Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme Dramático no próximo domingo, 5. A lista atualizada das previsões para as categorias foi divulgada nesta quarta-feira, 1º.
A lista de apostas, que classifica os artistas conforme suas chances de vitória, coloca Fernanda no topo da categoria. Em seguida, aparecem Nicole Kidman (Babygirl), Angelina Jolie (Maria), Kate Winslet (Lee), Tilda Swinton (O Quarto ao Lado) e Pamela Anderson (The Last Showgirl).
Apesar de ser destaque em outras categorias, Ainda Estou Aqui não é o favorito para vencer Melhor Filme Estrangeiro, de acordo com a Variety. O longa de Walter Salles ocupa a terceira colocação, atrás de Tudo Que Imaginamos Como Luz e Emilia Pérez.
O filme Ainda Estou Aqui é ambientado no Brasil de 1971, quando o país vive uma grave crise sob a ditadura militar. Baseado nas memórias de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice Paiva, a história real de uma mãe de cinco filhos que, após o sequestro e desaparecimento de seu marido pela Polícia Militar, se torna ativista pelos direitos humanos e indígenas no país.
Dirigido por Walter Salles, "Ainda Estou Aqui" acumula sete prêmios, incluindo o de melhor roteiro no Festival de Veneza. Este é o quarto filme do diretor a ser indicado ao Globo de Ouro. O longa, indicado ao Oscar como representante do Brasil para este ano, já atraiu um público superior a 3 milhões de pessoas. A produção de Walter Salles com Fernanda Torres no elenco principal superou grandes produções internacionais como "Gladiador 2", “Venom 3”, da Marvel, e "Wicked" no dia 22 de novembro.
O longa figura entre os 15 selecionados na shortlist do Oscar e busca uma vaga entre os cinco finalistas de Melhor Filme Internacional, com os resultados sendo divulgados em 17 de janeiro. Também foi nomeado para o Critics' Choice Awards 2025 na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira, com o vencedor sendo anunciado no dia 12 de janeiro.
Lista de previsões para o Globo de Ouro, pela Variety:
- Melhor atriz drama: Fernanda Torres ("Ainda Estou Aqui")
- Melhor filme drama: "O Brutalista"
- Melhor filme comédia/musical: "Emilia Pérez"
- Melhor ator drama: Timothée Chalamet ("Um Completo Desconhecido")
- Melhor ator comédia/musical: Hugh Grant ("Herege")
- Melhor atriz comédia/musical: Mikey Madison ("Anora")
- Melhor ator coadjuvante: Edward Norton ("Um Completo Desconhecido")
- Melhor atriz coadjuvante: Ariana Grande ("Wicked")
- Melhor direção: Brady Corbet ("O brutalista")
- Melhor roteiro: "Conclave"
- Melhor filme de língua estrangeira: "Tudo Que Imaginamos Como Luz"
- Melhor animação: "O Robô Selvagem"
- Melhor trilha sonora: "Duna: Parte 2"
- Melhor canção original: "Mi camino" ("Emilia Pérez")
- Melhor série drama: "Xógum: A gloriosa saga do Japão"
- Melhor série comédia/musical: "Ninguém quer"
- Melhor série limitada/minissérie: "Bebê rena"
- Melhor ator em série drama: Hiroyuki Sanada ("Xógum: A Gloriosa Saga do Japão")
- Melhor atriz em série drama: Anna Sawai ("Xógum: A Gloriosa Saga do Japão")
- Melhor ator em série comédia/musical: Jeremy Allen White ("O Urso")
- Melhor atriz em série comédia/musical: Jean Smart ("Hacks")
- Melhor ator em série limitada/minissérie: Andrew Scott ("Ripley")
- Melhor atriz em série limitada/minissérie: Jodie Foster ("True Detective: Terra noturna")
- Melhor ator coadjuvante em série: Javier Bardem ("Monstros: A história de Lyle e Erik Menendez"
- Melhor atriz coadjuvante em série: Jessica Gunning ("Bebê rena")
- Melhor stand-up: Nikki Glaser
Produção revolucionária
Uma das personagens que acompanha a filha de Fernanda Montenegro, Fernanda Torres (Eunice Paiva, no filme) ao longo de quase toda a história, Zezé, empregada da casa, atua como um importante braço direito de Eunice e suas filhas no regime militar. A personagem é baseada na vida real, assim como Eunice.
Dar vida a Maria José, ou Zezé, surgiu de forma completamente inesperada para a atriz juiz-forana Pri Helena. “A história me trouxe desafios que iam além da interpretação. Quando recebi o convite para o teste, foi um momento inesperado. Lembro que a produtora de elenco, Letícia Navieira, encontrou uma cena minha em uma plataforma e, do nada, recebi a mensagem para participar do teste. Eu nem sabia que estava sendo considerada!”, contou ela em entrevista à Fórum antes do lançamento do filme.
“O processo de construção foi imersivo e revolucionário. A Zezé é uma personagem que está ali, ao lado de Eunice Paiva, uma mulher que teve a vida atravessada pela ditadura assim como muitas outras. Ela é o apoio essencial para aquela família diante de todas as atrocidades que acometeram os Paivas”, ressaltou à época sobre a figura de Zezé ser um pilar na vida de Eunice.
“O apoio emocional e prático que ela oferece constrói uma parceria entre essas duas mulheres, ambas enfrentando a violência da época de formas diferentes”, disse.
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