ROCK IN RIO

Rock in Rio: Fafá de Belém e outros artistas do Norte reclamam e organização responde

Festival anunciou o Dia Brasil sem nenhum nome da região; chiadeira geral provocou retratação; veja aqui

Fafá de Belém.Créditos: Reprodução de Vídeo
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A organização do Rock in Rio anunciou o Dia Brasil. Como o nome indica, um dia todo voltado para atrações da nossa música. Entre os artistas anunciados estavam os sertanejos Ana Castela e Chitãozinho e Xororó.

Protestos preconceituosos à parte, o fato é que os artistas da região Norte do país foram preteridos. Foi o suficiente para que vários expoentes daquelas bandas, entre eles Fafá de Belém, Gaby Amarantos, Ayla e Joelma.

Fafá foi quem puxou os protestos, sendo logo acompanhada por conterrâneos e também por artistas de outras regiões, entre eles a carioca Marina Lima.

Com o objetivo de implodir a crise, rapidamente a organização do Rock in Rio soltou nota avisando que a programação ainda está em construção e que está em negociação com artistas nortistas:

“O line-up do dia 21 de setembro, como anunciado durante coletiva de imprensa na tarde de ontem (29/4), apesar de divulgado ainda está em construção e em formação. Artistas de outras regiões do país, entre elas a Norte, estão em negociação com a organização, que como reforçou trará novidades e surpresas até o dia da apresentação”, diz a nota.

“O Dia Brasil propõe um grande movimento social, de união e respeito de todos, com engajamento e direitos da música ‘Deixa o Coração Falar’ revertidos para duas causas sociais e em parceria com o Ação da Cidadania e a Gerando Facões. O formato único dos shows deste dia, que envolve diversas colaborações inéditas entre os artistas, traz com ele desafios artísticos e logísticos significativos”, segue.

No final, a nota lembrou a participação de Fafá de Belém no Rock in Rio de 2019. “Importante destacar que o Rock in Rio olha para a diversidade como um todo no line-up de todos os palcos e um exemplo disso foi o Show Pará Pop, já realizado no Palco Sunset, capitaneado por Fafá de Belém com grandes nomes do Pará, e que se tornou um dos shows mais emblemáticos da história deste palco.”

O que disseram Fafá e outros artistas

Ao tomar conhecimento da programação inicial do festival, Fafá reagiu:

“A Amazônia não faz parte do Brasil? A cultura amazônica, nortista, não é parte deste país? Onde está Dona Onete, Gaby Amarantos, vencedora do Grammy, Joelma, Aíla, onde estou eu?”, escreveu em sua conta do Instagram.

“O Norte será sempre visto como peça decorativa de festas da elite? É muito triste sentir na pele a força da realidade batendo na nossa cara. O maior festival de música do país tem um DIA BRASIL e nos coloca da porta pra fora. Mais uma vez nos provam que o Norte continua sendo um artigo folclórico usado como e quando querem, pra uma imagem cool. Pertencimento é muito diferente do uso por conveniência. Nós aprendemos isso a duras penas, e exigimos respeito”, disse ainda a cantora.

Já a cantora Ayla, uma das mais talentosas dos novos expoentes do Norte afirmou:

“Fizemos um trabalho tão bonito de levar a Amazônia pro Rock In Rio em 2022, na NAVE, com artistas não só do Pará, [mas] de todos os estados da região Norte. Não entendo como ainda repetem essa exclusão da música do Norte, como se não fôssemos música brasileira. É muito triste.”

Marina Lima marcou o perfil de Amarantos na rede social e respondeu que nunca sequer foi chamada para tocar no Rock in Rio. "Também jamais fui sequer indicada para um Grammy", escreveu. "Sei que você já até ganhou um. Será que meu trabalho é tão inexpressivo assim? Claro que não. Mas pra certos lugares, precisa-se de conchavos, contatos, é assim que funciona."

 “Não vão nos apagar. O Norte também faz parte da cultura brasileira”, escreveu Joelma.

“Pobre é o Brasil que não tem o Norte, você, vocês. Uma das maiores riquezas da minha vida. Até o Sírio, meu amor”, escreveu Luis Lobianco.