“Guerra Civil”, protagonizado por Kirsten Dunst e Wagner Moura, liderou as bilheterias nos EUA durante o fim de semana e está sendo apontado pela mídia internacional como um dos principais filmes do ano. Com lançamento previsto para 18 de abril no Brasil, o filme, que teve um orçamento de US$ 50 milhões, já gerou US$ 25,7 milhões em receita, estabelecendo um novo recorde para a produtora inpendendente A24.
Em um futuro distópico, mas não tão distante, os Estados Unidos mergulham em um de seus maiores conflitos, marcados por um cenário de polarização extrema, caos e devastação. Uma equipe de jornalistas de guerra, pioneiros na área, decide percorrer o país devastado pela guerra civil. A missão é registrar a dimensão da tragédia e documentar a situação caótica no país.
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A trama acompanha os desafios e perigos enfrentados por esses profissionais enquanto tentam documentar a realidade da guerra civil. Em meio à violência e à desordem, eles se deparam com dilemas éticos e morais. Com um orçamento colossal de US$ 50 milhões, "Guerra Civil" supera inclusive o vencedor do Oscar 2023, "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"
Em entrevista ao O Globo, Wagner Moura, aos 47 anos, revela ter se identificado facilmente com o papel de Joel, o jornalista experiente e desprendido que vive a profissão com paixão. No longa, ele comanda um time de quatro correspondentes de guerra, composto pela renomada fotógrafa Lee (Kirsten Dunst), a novata Jessie (Cailee Spaeny) e o veterano Sammy (Stephen Henderson).
Wagner Moura fala sobre o “Guerra Civil”
“Parecia muito o meu lugar, sabe? O único filme que dirigi, “Marighella”, é um filme político também. “Guerra civil” fala de polarização ao mesmo tempo que é popular. Tem uma capacidade grande de virar blockbuster”, pontua o diretor e ator baiano. “Acho que uma coisa maneira desse filme é que ele não toma partido. Você não pode dizer que é um filme de esquerda nem de direita. E o fato de ele ser um filme visto pelo ponto de vista de jornalistas faz todo o sentido. As pessoas vivem em suas bolhas. Progressistas nas suas bolhas, conservadores nas suas bolhas. E as informações vêm de acordo com sua orientação ideológica.”
Moura conta que conversou com muitas pessoas de opiniões diferentes, mas que também há um limite quando o debate impõe preconceitos, por exemplo.
“Convivo com muitas pessoas que pensam diferentemente de mim. Tem um limite aí: não posso conversar com quem diferencia pessoas pela cor da pele. Mas o debate sobre a maneira como o Estado deve lidar com questões sociais, por exemplo, é muito importante. Que a gente comece a achar um caminho do meio. As pessoas com as quais eu converso são muito boas, são de caráter, algumas inclusive vítimas de narrativas falaciosas”, ressalta ele.
Sobre a experiência de participar do filme, o diretor afirma que foi um momento desafiador, mas não deixou de ser algo proveitoso. “É um filme em que basicamente somos nós quatro trancados num carro, 70% do filme. Então podia dar muito errado, né? Mas deu muito certo porque a gente terminou reproduzindo um pouco essa camaradagem que existe e que é necessária entre jornalistas. Numa situação assim, você tem que se virar ali mesmo, tem que contar com as pessoas que estão ali para a preservação da sua vida.”