DESCOBERTA

A fascinante descoberta de uma cidade perdida da civilização Maia

Dados arqueológicos colhidos nas selvas mexicanas de Campeche indicam vestígios de um centro urbano complexo da antiga civilização Maia

Construções antigas (imagem ilustrativa).Créditos: Pedro via Flickr commons
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Um grupo de arqueólogos fez uma descoberta impressionante no México, entre as selvas de Campeche, região a sudeste do país, que faz parte da Península de Yucatán. 

Essa região, conhecida por paisagens naturais e áreas costeiras de biodiversidade rica, com reservas e parques naturais, é um patrimônio histórico da UNESCO e costumava abrigar construções e centros urbanos da sociedade Maia. Há diversos sítios arqueológicos nas proximidades de Campeche, que são importantes registros da civilização Maia antiga.

Os arqueólogos descobriram ali registros de uma cidade perdida, batizada de Valeriana, que deve abrir caminhos para outras visões acerca da sociedade Maia, seus projetos urbanísticos e seus modos de vida. 

A descoberta foi feita através do Lidar (Light Detection and Ranging), uma tecnologia de detecção que utiliza lasers para mapear paisagens arqueológicas. Foram pelo menos 122 quilômetros quadrados de dados colhidos por Lidar, inicialmente descobertos em 2013, durante um projeto de monitoramento florestal. 

O projeto, denominado Alianza, era coordenado pelo instituto mexicano Nature Conservacy, e tinha como objetivo reduzir as emissões de atividades de desmatamento e degradação natural. 

Mas o projeto acabou "esbarrando" em Valeriana, um denso arranjo urbano repleto de construções arquitetônicas complexas e uma infraestrutura agrícola impressionante. 

De acordo com a Reuters, o assentamento descoberto indicava 55,3 estruturas a cada quilômetro quadrado do território, o que totalizaria mais de 6.700 estruturas urbanas — era uma cidade dinâmica e provavelmente populosa.

A cidade antiga descoberta em Campeche pode datar do período clássico da civilização Maia, que se estendeu de 250 a 900 d.C., aproximadamente. Durante esse período, as cidades maias alcançaram seu auge em termos de população, arquitetura e cultura.

"Antes, os pesquisadores tinham uma visão mais limitada" sobre as comunidades Maias, diz o veículo. "Eles imaginavam que as áreas rurais eram mais comuns, e as cidades eram mais esparsas". 

Valeriana indica, no entanto, que as áreas ainda não descobertas e não mapeadas da região conhecida como Baixas Terras Maias, a sudeste do México, que se estendem por vários países da América Central, podem revelar uma variedade nas densidades dos assentamentos e segredos ainda desconhecidos dessas sociedades. 

Alguns desses segredos são aqueles contidos nas imagens e ricas tapeçarias usualmente encontradas nesses sítios, escondidos entre uma vegetação de selva densa e difícil de penetrar.

Agora, os pesquisadores pensam nos próximos passos da pesquisa, que devem envolver uma "análise quantitativa detalhada" das características arqueológicas avistadas no sítio e a validação dos dados identificados até agora.

É apenas um "ponto de partida" para entender melhor os padrões de organização urbana de uma das civilizações mais antigas do mundo.