Com pouco mais de uma semana em cartaz nos cinemas, “Barbie” já acumula quase US$ 800 milhões na bilheteria mundial e se aproxima a passos largos da marca do bilhão. Quem vê todo esse sucesso não imagina que o filme fenômeno do ano enfrentou uma longa jornada até conseguir estrear nas telonas.
Foram 50 anos até que a Mattel, empresa criadora da boneca, considerasse vender seus direitos para a produção de um longa-metragem, o que aconteceu em 2009. Mas daí, “Barbie” passou de estúdio para estúdio e roteirista para roteirista sem que ninguém conseguisse criar um projeto digno das telonas. Até agora.
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Barbie passou por outros dois estúdios antes de encontrar sua "Barbielândia"
Em 2009, os direitos da boneca Barbie foram, pela primeira vez, vendidos para um estúdio de cinema. O escolhido foi a Universal Pictures. Richard Dickson disse, à época, em entrevista para a Variety, que, antes, a marca não estava pronta para um filme, mas com a evolução de Barbie de brinquedo para propriedade intelectual, nos anos 2000, isso mudou.
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O plano inicial era criar um universo com vários filmes live action. O diretor Laurence Mark já estava atrelado ao projeto, mas, até 2013, nada aconteceu. Nesse ano, a Mattel lançou sua própria produtora, a Mattel Films, e em 2014, a Universal perdeu os direitos de Barbie. Era hora de achar uma nova casa para a boneca.
A nova escolhida foi a Sony Pictures, que planejava lançar o filme em 2017. A roteirista Jenny Bicks, da série “Sex and the City”, foi escolhida para dar andamento ao projeto. Porém, em 2015 já estava fora. Insatisfeita, a Sony chamou Diablo Cody para escrever o roteiro.
O que parecia promissor – Diablo venceu o Oscar de Melhor Roteiro Original por “Juno” e fez filmes como o cult “Garota Infernal” – não gerou frutos. Em entrevista concedida este ano à GQ, ela explicou que “não tinha realmente a liberdade de escrever algo que fosse fiel à iconografia [da boneca]; [a Sony] queria uma abordagem feminista meio girlboss para a Barbie, mas eu não conseguia entender, porque não é isso que a Barbie representa”. Após vencer outros dois roteiristas, foi a iniciante Lindsay Beer quem seguiu com a tarefa de roteirizar Barbie.
Outras duas atrizes foram consideradas para viver a boneca
Logo notícias promissoras começaram a sair. Em 2016, a Barbie do cinema ganhou seu primeiro rosto. A comediante Amy Schumer, que havia acabado de ganhar um Emmy, iria dar vida à boneca. Ela também ajudaria no roteiro. Mas, em março de 2017, Schumer deixou o projeto por problemas de agenda, que, este ano, foram revelados por ela serem, na verdade, problemas com o roteiro, que não era “legal e feminista” como o do filme lançado em 20 de julho deste ano nos cinemas.
Em junho de 2017, rumores de que Anne Hathaway assumiria o papel começaram a circular. A atriz traria consigo a diretora Alethea Jones e a roteirista Olivia Milch. A nova data de lançamento do filme seria 2020. Mas, em 2018, os direitos da Sony sobre a boneca Barbie expiraram e a Mattel Films resolveu não renovar o contrato.
Foi então que Barbie encontrou sua casa definitiva, a Warner. Margot Robbie foi logo atrelada ao projeto, em 2019. Ela também participaria da produção, com seu selo LuckyChap Entertainment. A atriz não perdeu tempo e chamou Greta Gerwig para assumir a direção e o roteiro, pois adorava sua versão recém-lançada de “Adoráveis Mulheres”. Gerwig trouxe seu marido, o também diretor Noah Baumbach, para coescrever e a Warner, contente com a direção criativa, deu o aval para que, finalmente, a pré-produção de um live action de Barbie se iniciasse.
E foi com essa roupagem que “Barbie” chegou aos cinemas em 2023. A espera parece ter valido a pena.
Com informações do Omelete.