APÓS MORTE DE FÃ

Taylor Swift: Mais de 1,4 mil denúncias em shows desde a chegada da cantora ao Brasil

Reclamações vão de falta de água à dificuldade de conseguir reembolso por show adiado; canal de denúncias no Ministério da Justiça foi aberto após morte de fã

A cantora Taylor SwiftCréditos: Imagem do Instagram da cantora
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A Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senacon/MJSP) informou, nesta sexta-feira (24), que recebeu 1.445 denúncias de fãs da cantora Taylor Swift que foram a seus shows no Rio de Janeiro (RJ) na última semana.

O canal de denúncias foi criado no último sábado (18) pela Portaria Nº 14/2023, da Senacon, um dia após o primeiro show da cantora no Brasil, quando a jovem Ana Clara Benevides morreu em consequência do calor excessivo e outros mil desmaios foram registrados.

Quais os motivos das denúncias

Segundo a Senacon, foram, na liderança, 992 reclamações sobre a proibição de acesso com garrafa d’água, 889 citam fornecimento de água insuficiente, 868, ausência de fornecimento de água e 566 reclamaram da insuficiência no atendimento médico.

A produtora do show, Time For Fun (T4F) teria barrado a entrada com água no show da sexta-feira (17), o que facilitou que os fãs presentes sofressem as consequências da onda de calor. Posteriormente o ministro da Justiça, Flávio Dino, publicou uma portaria que obriga as produtoras a permitirem a entrada com água em shows e a disponibilizarem “ilhas de hidratação” no evento.

Sobre o atendimento médico durante o show, pessoas presentes acusaram o posto médico a oferecer clonazepam, o famoso Rivotril, para mulheres que chegavam ao local procurando ajuda por conta do calor.

A Senacon afirmou que outro motivo de denúncias foi a dificuldade para obter reembolso ou contato com a produtora T4F, após Taylor Swift adiar de última hora o show que deveria ter acontecido no dia 18, mas só veio a ocorrer na segunda-feira (20), impedindo muitos fãs que não moravam no Rio de assistir

A produtora T4F foi notificada pela Senacon, que pediu informações sobre o acesso do público a pontos de distribuição de água e atendimento médico, sobre o socorro à jovem que faleceu após uma parada cardiorrespiratória, entre outros pontos.

Na quinta-feira (23), o CEO da T4F, Serafim Abreu, divulgou um vídeo em que assume que a empresa errou e que poderia ter feito mais ao tomar conhecimento das altas temperaturas previstas durante as primeiras apresentações de Taylor Swift no Rio de Janeiro.

Abreu também pediu desculpas pela demora em se pronunciar, justificando que “o foco estava em incorporar os aprendizados” que a empresa teve com a situação, e afirmou que estão "absolutamente desolados, muito tristes com a perda da jovem Ana Clara”.