Tomie Ohtake, homenageada pelo Google nesta terça-feira (21), foi uma das maiores artistas plásticas brasileiras. Ela desenvolveu diversas obras como pintora, escultora e gravadora (gravuras), e ficou famosa principalmente pelas suas esculturas públicas em grandes dimensões espalhadas por diversas cidades do país.
Na cidade de São Paulo, onde a artista morou após vir para o Brasil, se destacam os grandes painéis da Estação Consolação do Metrô, o Monumento à Imigração Japonesa na avenida 23 de Maio, as esculturas em diferentes pontos da Cidade Universitária e o painel em tapeçaria de 800 metros quadrados localizado no auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina.
Tomie morreu aos 101 anos, em 2015, e deixou um enorme legado para a arte brasileira.
História
Tomie Oahtake nasceu em novembro de 1913 em Quioto, no Japão. Aos 23 anos, veio ao Brasil para visitar o irmão, quando conheceu e se casou com Ushio Ohtake, um agrônomo, também japonês. A família se estabeleceu no bairro de Mooca, em São Paulo.
Criada para ser dona de casa, Tomie só começou a se desenvolver como artista aos 39 anos, com os filhos, Ruy Ohtake e Ricardo Ohtake, já crescidos.
Em 1953, passou a integrar o Grupo Seibi, formado pelos artistas de origem japonesa Manabu Mabe, Tikashi Fukushima, Flavio Shiró e Tadashi Kaminagai.
Seu trabalho começou a ser reconhecido em 1960, quando se afirmou como artista, construindo obras que relacionam formas e cores. Se tornou uma das principais representantes do abstracionismo informal, uma forma de arte que se caracteriza pela representação de objetos que não são próprios da nossa realidade.
Nos anos 70, expôs suas gravuras na sala "Grafica D'Oggi" na Bienal de Veneza de 1972, um dos momentos mais importantes de sua carreira. Ela dividiu a exposição com outros grandes nomes da arte.
Instituto Tomie Ohtake
Em novembro de 2001, foi criado o Instituto Tomie Ohtake, projetado por Ruy Ohtake, que se tornou um arquiteto renomado, e presidido por Ricardo Ohtake.
Em 2010, Tomie inaugurou uma de suas últimas exposições no instituto, dedicada apenas ao círculo. No ano seguinte, apresentou uma série de 32 obras que produziu com os olhos vendados entre as décadas de 1950 e 1960, intitulada "Pinturas Cegas".
Hoje, o instituto desenvolve exposições com foco nos últimos 60 anos do cenário artístico e movimentos que levaram às características de Tomie.
Reconhecimento
Pelo seu trabalho e destaque, Tomie recebeu o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Cultura, em 1995, e o Grande Prêmio da Crítica de Artes Visuais da APCA, de 2008.