Se você está acostumado àquelas matérias falando dos últimos pratos da modinha nos grandes centros gastronômicos do mundo, ou então às exuberantes fotos de iguarias clássicas quentinhas e quantidades generosas, esse texto certamente não vai agradá-lo. Agora, se você é curioso e corajoso para enfrentar nojeiras intergalácticas, aproveite a “viagem”.
O mundo da gastronomia e a necessidade de alimentação intrínseca ao ser humano levou muita gente a cruzar a fronteira do que seria “aceitável” e, por vezes, a elaboração de uma comida pode parecer algo surreal para quem não é de uma determinada cultura. Diante disso, a Fórum selecionou oito comidas que figuram certamente no rol das mais nojentas da humanidade. Confira:
Queijo Casu Marzu
O queijo Casu Marzu, produzido na paradisíaca ilha italiana da Sardenha, significa literalmente “queijo podre” no dialeto sardo. A produção começa sendo realizada como a de um queijo pecorino normal, ou seja, usando os métodos para a produção desse famoso queijo de ovelha. Só que, em certa altura, propositalmente, o queijo é infestado de moscas, que nele colocam seus ovos. Os ovos viram larvas e essas larvas passam a se alimentar da massa do interior do queijo, as digerindo. Esse material geral um queijo “cremoso”, mas que pode ser bem perigoso, pois em muitos casos as larvas chegam vivas ao intestino de seus consumidores e lá provocam uma infestação séria, resultando numa grave doença: a miíase.
Queijo Su Callu Sardu
Também da Sardenha, na Itália, esse queijo é um exemplar clássico daquilo que conhecemos por “ideia de jerico”. Uma pequena cabra que está com seu estômago cheio de leite materno é morta e então esse órgão é arrancado. Amarram-se as pontas do estômago e o conteúdo passa a ficar ali “curando” por meses, até que se forma uma espécie de queijo dentro dele, mas recoberto por carne. O conteúdo pastoso de dentro serve para ser comido com pão, enquanto o tecido do estômago pode ser frito e virar um tira-gosto.
"Vinho de rato"
Na China, uma bebida faz muito sucesso e é indicada para o tratamento de várias doenças, sobretudo da asma. É o “vinho de rato”, um vinho feito à base de arroz que recebe uma generosa carga de ratinhos filhotes, com no máximo três dias de vida, ainda vivos. Eles são afogados no líquido, dentro da garrafa, e ficam lá fermentando por mais de um ano. Quem encontra essa bebida no mercado vê uma garrafa com líquido translúcido e um amontoado de cadáveres de ratinhos no fundo. Após degustar toda a bebida, a tradição diz que você tem que comer os ratinhos que sobraram.
Kopi Luwak (o café que é um cocô, literalmente)
Você gosta de um cafezinho, daqueles bem reconfortantes? Se sim, veja então se beberia essa iguaria que custa uma verdadeira fortuna: R$ 15 mil o quilo. Com uma origem bem diferente, o Kopi Luwak é um café que, enquanto grão, foi comido por um pequeno mamífero fofo chamado civeta, relativamente comum na Ásia, cujo intestino digere apenas parcialmente os grãos. Depois que ele defeca, essas fezes, compostas quase que totalmente por café, são “colhidas” para então serem tratadas e usadas na produção dessa bebida tão popular. Dizem que o percurso do café no trânsito intestinal do animal dá um gostinho diferente.
Catato
Em algumas regiões de Angola, na África, um prato bem estranho é muito apreciado. Trata-se do catato, que nada mais é do que grandes quantidades de larva de mariposa fritas com alho. Elas ficam com um aspecto bem preto e são crocantes, normalmente comidas como acompanhamento para o arroz.
Ovos de mil anos
Comido em vários países da Ásia, o também chamado Peedan, mais conhecido como “ovo de mil anos” no ocidente, é um clássico da gastronomia nojenta. Ovos de pato, codorna ou galinha são enterrados numa mistura de argila, cinza, sal, cal e casca de arroz por vários meses. O processo químico maluco que ocorre em tal receita faz com que a gema do ovo fique esverdeada, ou acinzentada, enquanto a clara torna-se uma coisa gelatinosa, translúcida e meio marrom. O ovo fica bem salgado, com sabor único e meio ácido, dizem os apreciadores.
Milbenkäse (queijo com ácaro)
Sim, ácaro. Aquele bichinho microscópico que pode infestar colchões e roupas de cama, produzindo problemas de saúde. Pois bem, na cidade de Würchwitz, na Alemanha, há um tipo de queijo que é totalmente envolto em uma espécie de areia que na verdade é composta por... ácaros. O queijo, dizem seus consumidores, tem gosto amargo e os organismos vivos estão presentes tanto em sua casca como no interior. Portanto, ao comer o queijo, você está ingerindo... ácaros.