Silvio Almeida, novo ministro dos Direitos Humanos, curte um som pesado. Considerado um dos maiores intelectuais do país, o advogado e professor fez um discurso histórico ao assumir a pasta, na terça-feira (2) e, com o nome em evidência nas redes sociais, internautas descobriram o seu gosto musical.
Foi ele mesmo que fez a revelação sobre uma banda de Rap Metal que teve na adolescência ao comentar em uma postagem de Mano Brown, em junho de 2020, perguntando a primeira música dos Racionais que seus seguidores tinham ouvido.
"'O homem na estrada'. Ouvia, fazia cover na banda de 'Rap Metal' que eu tive e ouço até hoje", escreveu Almeida. Um usuário do Twitter, então, perguntou se o professor ouvia também Body Count, banda norte-americana de metal fundada pelo rapper Ice-T.
"Toquei muito Body Count, Suicidal Tendencies, Infectious Groove. Tinha até um boné com o 'D' do Dean Pleasants...rs", respondeu Silvio Almeida, citando bandas que transitam entre o rap, metal, punk e hardcore.
A resposta do professor circula com força nas redes sociais desde terça-feira (4). Confira.
Quem é Silvio Almeida
Silvio Almeida é advogado, filósofo, professor universitário e escritor. Presidente do Instituto Luiz Gama, uma das mais importantes entidades brasileiras que atua na defesa de causas populares com ênfase na questões das pessoas negras, Almeida é considerado um dos maiores intelectuais do país.
Paulistano, o novo ministro dos Direitos Humanos, aos 46 anos, tem um currículo vasto. Formado em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), Almeida tem mestrado em Direito Político e Econômico pelo Mackenzie e doutorado em Direito pela USP. Recentemente, concluiu o pós-doutorado pela Faculdade de Direito da USP.
Além disso, Silvio Almeida é pesquisador do programa de pós-doutorado da Faculdade de Economia da USP, professor de graduação e docente permanente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito Político e Econômico da Faculdade de Direito do Mackenzie, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-EAESP) e da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas. Ele ainda já foi professor visitante (Edward Larocque Tinker Visiting Professor) da Universidade de Columbia na Cidade de Nova York (EUA) e Mellon Visiting Professor do Center for Latin American and Caribbean Studies da Universidade de Duke (EUA).
No início de dezembro, em conversa com representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Plataforma Dhesca Brasil, Silvio Almeida defendeu que o Ministério dos Direitos Humanos tenha estrutura para atuar em todas as áreas do governo e ser conhecido pela sociedade. O advogado disse também que a pasta deveria ser reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como instituição nacional de direitos humanos.
"Assumo com imensa honra e responsabilidade a tarefa que me foi atribuída pelo Presidente Lula de servir ao meu país como Ministro dos Direitos Humanos. Teremos um enorme trabalho pela frente, mas carrego a esperança de que será possível trazer dignidade ao povo brasileiro", disse nesta quinta-feira.
O novo ministro tem três livros publicados: "Racismo Estrutural" (Polén, 2019), "Sartre: Direito e Política" (Boitempo, 2016) e "O Direito no Jovem Lukács: A Filosofia do Direito em História e Consciência" (Alfa-Ômega, 2006).