VIOLÊNCIA

Margareth Menezes visita STF e se revolta com destruição causada pelos terroristas

A ministra da Cultura afirmou que vendo pela TV o que os golpistas fizeram na sede da Corte já é um impacto: “Entrando é muito pior”

A ministra da Cultura, Margareth Menezes.Créditos: Reprodução de Vídeo
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A ministra da Cultura, Margareth Menezes, se revoltou com os estragos provocados pelos ataques terroristas às sedes do Supremo Tribunal Federal (STF), Palácio do Planalto e Congresso Nacional, domingo (8), em Brasília. Ela visitou as dependências da Corte, nesta terça (10), e atendeu à imprensa em seguida.

“É bestial o que aconteceu, o que foi feito aí dentro. Não tem precedentes. Um grupo de pessoas ‘patriotas’, realmente é a negação do respeito pelo Brasil, negação do respeito pela democracia, pelo Poder Judiciário”, disse Margareth.

“É muito profundo. Não tenho palavras para traduzir tamanha bestialidade do que está ali dentro. Vendo pela televisão já é um impacto. Entrando é muito pior. O plenário está absolutamente destruído, o gabinete da presidência também, as obras de arte”, acrescentou.

A ministra da Cultura destacou que a pasta pensa em criar um memorial sobre os ataques terroristas de bolsonaristas em Brasília. Ela também esteve no Palácio do Planalto, acompanhada pela primeira-dama, Janja, e pelo diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho.

“A ideia é criar um memorial sobre essa violência que sofremos para que nunca mais aconteça. Esse (acervo) é um tesouro artístico, do povo brasileiro, é pertencimento da nação, do Estado, que precisa ser respeitado em sua integridade”, disse.

Os golpistas bolsonaristas que invadiram as sedes dos três poderes destruíram obras de arte e peças históricas.

Veja algumas obras destruídas ou danificadas nos ataques

-O quadro “Mulatas” (1962), de Di Cavalcanti, foi esfaqueado pelo menos cinco vezes. A obra tem o valor estimado em até R$ 20 milhões; 

-O relógio de Balthazar Martinot, datado do Século 17, um presente da Corte Francesa para Dom João VI; 

-A escultura “Bailarina” (1920), de Victor Brecheret, foi arrancada de seu suporte na Câmara dos Deputados.

É uma falta de sensibilidade muito grande. O relógio mesmo, que foi quebrado, nós não sabemos se vai ter possibilidade de restaurar. É uma peça única. O quadro de Di Cavalcanti também, pela mesma forma. Então, restauração terá, mas está tudo muito sensível ainda, é muito novo”, ressaltou Margareth.