A cantora e compositora Anitta tem sido alvo de diversos ataques de bolsonaristas nos últimos dias após criticar o governo Jair Bolsonaro em entrevistas realizadas durante turnê na Europa. A artista disse que Bolsonaro não representa o povo brasileiro e classificou a Amazônia como terra de ninguém.
"Os comensais do Voldemort tão afetadinhos hoje, né. Ui, vou ali chorar e já volto", escreveu a cantora.
Durante entrevista ao talk show de maior audiência da TV francesa, o Quotidien, do canal TMC-TF1, Anitta comparou Bolsonaro com o personagem Voldemort, vilão da saga Harry Potter. No programa, Anitta detonou o atual governo ao ser questionada por jornalistas sobre seus posicionamentos políticos.
"A política é muito importante. Eu gosto de passar para o público o meu pensamento político também. E eu não concordo com muita coisa que esse presidente faz: acho que ele estimula o racismo, o preconceito e tudo de ruim", disse.
Segundo ela, Bolsonaro não representa os brasileiros. "Nós, brasileiros, somos livres. Eu gosto de passar a mensagem que a gente pode fazer o que a gente quiser: homem, mulher... Existe uma cultura onde o homem pode tudo; quando as mulheres fazem as mesmas coisas que os homens, elas são julgadas. Então, gosto de quebrar esse tabu", completou.
Pouco antes de subir ao palco para apresentação no Rock in Rio Lisboa, no domingo (27), a cantora e compositora Anitta comentou sobre a situação da Amazônia diante da repercussão internacional das mortes do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira.
"Para quem é de Portugal e nunca foi para o Brasil: a Amazônia é terra de ninguém, é uma grande bagunça. Lá acontece de tudo, ninguém vê nada, é uma coisa que precisa de atenção. Quem se expõe para falar acaba morto, acaba com a família torturada, acaba tomando um cala a boca", disse Anitta a jornalistas.
"Se vier me matar, vai ter que aguentar a assombração que eu vou virar depois. A Amazônia é o grande tesouro do nosso país, e as pessoas a tratam como nada. É inaceitável que esse lugar seja perigoso para as pessoas visitarem", completou.